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O comércio de vinhos do Alentejo registou um crescimento de 8% em 2024 face ao ano anterior, com mais de 92 milhões de litros vendidos, enquanto as exportações caíram 2,4%, anunciou ontem a comissão vitivinícola.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) indicou que, no ano passado, foram vendidos 92,2 milhões de litros de vinho do Alentejo, equivalentes a mais de 123 milhões de garrafas.

Este foi «o melhor resultado alcançado nos últimos cinco anos», realçou o organismo, salientando que o aumento das vendas de vinho alentejano foi de 8% face ao ano transato, o que representa mais 6,7 milhões de litros.

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Segundo a CVRA, a quantidade exportada em 2024 diminuiu 2,4%, com redução nos mercados europeus e crescimento em países terceiros, ao contrário do mercado nacional, que cresceu 9,3% nos doze meses até setembro de 2024.

«São bons resultados num contexto que, para o vinho, não é propriamente positivo, mas mostram que o Alentejo, mesmo em momentos menos bons, tem a capacidade para dar a volta e recuperar a sua expressão no mercado», afirmou à Lusa o presidente da CVRA.

Francisco Mateus aludiu à diminuição do consumo de vinho a nível global, atribuindo essa tendência a questões relacionadas com a pandemia de covid-19, o aumento da inflação e a diminuição do poder de compra ou ao movimento anti-álcool.

«O ano passado não foi sequer parecido com aquilo que tínhamos em 2019», considerado «um ano dentro da normalidade» para o setor, frisou, destacando que, nos anos de 2020, 2021, 2022 e 2023, não se ultrapassaram os 90 milhões de litros vendidos.

Assinalando que os resultados de 2024 «mostram que ao quinto ano foi possível inverter a sequência de números menos bons», Francisco Mateus apontou que estes dados são «um bom sinal» para o futuro dos vinhos do Alentejo.

Quanto à quebra nas exportações, o presidente da CVRA admitiu que, nesse aspeto, «o ano passado não foi excecional», mas apontou como «único dado positivo» a manutenção do preço médio do vinho do Alentejo nos mercados internacionais.

«Vendemos menos quantidade, mas aguentamos o preço médio e isso acho que é bom», sublinhou, acrescentando que, segundo dados estatísticos, o valor médio do vinho do Alentejo exportado é 3,58 euros por litro.

De acordo com a CVRA, a venda de vinho com Denominação de Origem Controlada (DOC) Alentejo teve um crescimento de 11%, com mais 2,1 milhões de litros, enquanto o Regional Alentejano registou um aumento de 7%, pelo acréscimo de 4,6 milhões de litros.

O vinho tinto continuou a liderar as vendas com 66,8 milhões de litros, com aumento de 7,5%, mas o branco e o rosé tiveram o melhor resultado de sempre.

No comunicado, a CVRA referiu que os resultados alcançados pelo branco e rosé evidenciam «a evolução do perfil de consumo e a boa aceitação destas categorias por parte dos consumidores».

De acordo com o organismo, os vinhos brancos cresceram 9,4% e os rosés 2,7% e, em conjunto, representaram 27% do volume de vinhos do Alentejo que foi comercializado.

Criada em 1989, a CVRA é responsável pela proteção e defesa da DOC Alentejo e da Indicação Geográfica Alentejano, certificação e controlo da origem e qualidade, promoção e fomento da sustentabilidade.

O Alentejo é líder nacional em vinhos certificados, com cerca de 40% de valor total das vendas num universo de 14 regiões vitivinícolas em Portugal.

Com uma área de vinha de 23,3 mil de hectares, 30% da sua produção tem como destino a exportação para cinco destinos principais, designadamente Brasil, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e Polónia.

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