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Federação dos Médicos: Algarve «tem mais problemas do que a média nacional»

Carência de médicos, dificuldade em reter profissionais no SNS, degradação das condições de trabalho, salários e desvalorização da carreira são alguns dos grandes problemas apontados pelos médicos do Algarve, região que «tem mais problemas do que a média nacional».

O ponto de situação foi deixado por Rui Candeias, delegado sindical do Sindicato dos Médicos da Zona Sul no Hospital de Faro, esta quinta-feira, 27 de Fevereiro, após uma reunião da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) com cerca de três dezenas de profissionais da Unidade Local de Saúde do Algarve (ULSAlg).

«Na maior parte das coisas, o cenário é transversal ao país», mas, de acordo com Rui Candeias, «o Algarve tem mais problemas do que a média nacional e o problema tem vindo a agravar-se».

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«As equipas estão cada vez mais desfalcadas, as pessoas são obrigadas a fazer níveis de horas extraordinárias tremendos e uma coisa que devia ser exceção está-se a tornar a regra. Assim, torna-se difícil para os médicos ter vidas equilibradas, o que causa desgaste, burnout, e isto é uma bola de neve que faz com que seja difícil manter toda a estrutura do SNS de pé e capaz de dar resposta às pessoas», frisou o profissional.

Apesar de todos os anos serem apresentadas soluções pelas estruturas sindicais, Rui Candeias afirma que estas «não têm sido muito acolhidas do ponto de vista das estruturas e do governo» e muitas vezes o que se tenta é favorecer o trabalho extraordinário.

Contudo, de acordo com o delegado sindical, não são essas soluções que vão facilitar a retenção de pessoas porque «elas já estão fartas de fazer essas horas».

Contrariar a tendência de perder médicos para o privado ou para os serviços de tarefeiro, que acarretam um enorme investimento do SNS, «não tem sido fácil», diz Rui Candeias.

«Se este valor fosse aplicado para contratar pessoas com um vínculo estável, provavelmente, a organização e a estrutura dos serviços públicos seria mais consolidada e valorizada».

Outro dos pontos negativos apontados pelos médicos é o facto de haver apenas um conselho de administração para uma ULS «vastíssima» como é a do Algarve – conselho de administração esse que mudou em Outubro do ano passado e que, segundo Rui Candeias, não se tem mostrado propriamente disponível para diálogo.

«Esta é a única ULS do país que funciona para toda uma região e isso também é um fator de dificuldade de gestão», acrescenta André Gomes, dirigente do Sindicado dos Médicos da Zona Sul e membro do Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

Questionado pelos jornalistas sobre que soluções saem desta reunião com os médicos algarvios, André Gomes realça as que são transversais a todo o país: «grelhas salariais mais justas», «reposição dos direitos perdidos», como as 35 horas semanais ou os 25 dias de férias, e a integração dos internos no primeiro grau da carreira médica.

A FNAM está, desde o início do ano, a percorrer o país para, junto dos médicos, perceber o que há a melhorar no SNS.

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