Um grupo, que se dedicava a burlas no setor do comércio de automóveis e barcos, foi desmantelado no Algarve, anunciou esta quarta-feira, 12 de Fevereiro, a Polícia Judiciária (PJ). A operação – com o nome “Gatsby” – deteve cinco pessoas e apreendeu tanto três carros de alta cilindrada como droga.
O valor global das burlas já ultrapassava um milhão de euros.
Segundo a PJ, a «atuação dos suspeitos passava pela constituição de empresas de “fachada”, estrategicamente colocadas em nome de terceiros, por forma a ocultar a ação e a identidade dos verdadeiros beneficiários».
Para tal, eram usadas frequentemente «falsificações», ajudadas por «indivíduos especializados neste tipo de crime».
Nas situações sob investigação, além da suspeita da obtenção de créditos de bancos de forma fraudulenta e da burla a seguradoras, «os suspeitos propunham às vítimas diversos negócios envolvendo a importação de veículos de gama alta, assim como de algumas embarcações».
Das vítimas, os alegados burlões recebiam «quantias avultadas como parte do pagamento, acabando os negócios por não se concretizar, permitindo-lhes assim apropriar-se indevidamente de quantias superiores a 450 mil euros».
Há, de resto, «relatos de episódios de coação e ameaça sobre as vítimas para que não apresentassem queixa».
Na operação “Gatsby” foram, ainda, realizadas 12 buscas domiciliárias e três não domiciliárias; apreendidos dois imóveis localizados no Algarve, três veículos de gama alta, cerca de 25 mil euros em numerário, além de equipamento informático, de telecomunicações, documentação e outros meios de prova.
«No decurso das diligências iniciadas em 2024, foram, também, localizadas e apreendidas diversas armas de fogo, munições e produto estupefaciente (heroína e cocaína)», diz a PJ.
Segundo a Polícia Judiciária, as alegadas burlas permitiam « sustentar o padrão de vida luxuoso» deste grupo, «incompatível com rendimentos lícitos que lhe são conhecidos»
Os detidos, portugueses e estrangeiros, entre os 30 e os 36 anos, residentes na região de Lisboa e do Algarve, irão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para conhecer as medidas de coação.
A investigação é titulada pelo DIAP de Loulé.