No internamento de pediatria do Hospital de Faro, chegam a estar 26 crianças. Logo à entrada, existe uma sala de atividades, onde, quando a doença permite, estes meninos e meninas se juntam para brincar, conviver e ler.
«Promover a leitura é sempre importante, principalmente nesta época em que os livros estão a ficar um bocadinho esquecidos. Os livros fazem as crianças sonhar e é muito bom termos sempre novidades», frisou a educadora Maria Brites ao Sul Informação, em Janeiro.
Naquele dia 13, o internamento de pediatria do Hospital de Faro preparava-se para receber duas “mini bibliotecas”, oferecidas pelo Pingo Doce, que com isto pretende «promover a literacia infantojuvenil».
«Esta é uma iniciativa que o Pingo Doce já faz há alguns anos e que pretende continuar. São livros para várias faixas etárias, onde tanto a ilustração como a escrita estão relacionadas com o prémio da literatura infantil que o Pingo Doce promove, por isso é muito voltado para quem está a aprender a lidar com os livros», revelou Argemiro Longo, ao nosso jornal. O diretor de operações da Região Sul foi o responsável pela entrega dos livros.
Ao todo, foram oferecidas ao Hospital de Faro 30 obras, para crianças entre os 2 e os 12 anos, algumas com histórias já bem conhecidas dos mais novos, mas com ilustrações que certamente serão novidade.
«Quantos mais livros tivermos e mais apelativos forem, mais podemos promover os hábitos de leitura junto destas crianças que se encontram aqui internadas», realçou Maria Brites.
A educadora conhece esta sala como ninguém e é ela quem, todos os dias, convive com os meninos e meninas que estão internados nesta unidade. Começou a trabalhar no Hospital de Faro assim que terminou o curso, há 39 anos.

«Trabalhar aqui é desafiante. Todos os dias são diferentes e não há monotonia, porque o grupo está sempre a mudar».
Naquela sala, o grande objetivo é que as crianças se esqueçam de que estão num hospital, a brincadeira vem sempre em primeiro lugar, mas, se for preciso, também é feita a ligação com a escola.
«Se os meninos ficarem em internamentos maiores, por exemplo de uma semana, e estejam em condições de fazer trabalhos da escola, nós fazemos essa ligação e os professores mandam os exercícios. Mas não é muito comum porque os internamentos não são muito prolongados e, nos primeiros dias, se a criança está numa fase aguda da doença, a escola naquela altura não é o mais importante. Tentamos proporcionar atividades que deem prazer e que amenizem o desconforto que é estar internado», realça a educadora.
Entregues os livros, estava na hora de deixar as crianças viajar nas suas histórias. Naquela segunda-feira à tarde, a sala de atividades tinha quatro crianças, que tiveram o privilégio de ser as primeiras a poder usufruir desta oferta.
Além do Hospital de Faro, também as alas pediátricas dos hospitais de Portimão e Beja já receberem as “bibliotecas” do Pingo Doce.
Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação