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A candidatura do Baixo Alentejo a Cidade Europeia do Vinho 2026 foi apresentada na sexta-feira no território de uma candidatura rival, o Algarve. Foi durante a 3ª Convenção dos Territórios Vinhateiros que, de 30 de janeiro a 1 de fevereiro, juntou em Lagoa representantes de municípios e de entidades parceiras da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), nacionais e internacionais.

Esta candidatura foi uma das três a ser apresentadas na tarde de sexta-feira, dia 31, perante os participantes na convenção e jornalistas.

As outras duas foram a do próprio Algarve (que junta os concelhos de Lagoa, Lagos, Portimão, Albufeira, São Brás de Alportel e Monchique) e a dos Açores (juntando os concelhos de Madalena, Lajes e São Roque, da ilha do Pico, Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, da Terceira, Santa Cruz, da Graciosa e Vila do Porto, de Santa Maria). A quarta candidatura, a de Lisboa, não se fez representar na Convenção, em Lagoa.

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É que, em 2026, a Cidade Europeia do Vinho será portuguesa e a escolha será realizada no dia 30 de abril, no Alandroal, pelos 147 municípios de todo o país que integram a AMPV.

 

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Fernando Romba, da CIMBAL, a apresentar a candidatura em Lagoa – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

Fernando Romba, primeiro secretário da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), que apresentou a candidatura alentejana, salientou que, dos 13 concelhos que integram a CIMBAL, apenas um – Barrancos – não tem produção vinícola, «mas esperamos que tenha em breve».

A candidatura, que será entregue até ao final do mês de Março, como revelou nesse mesmo dia, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo E Ribatejo, é promovida pela CIMBAL, que é «a entidade proponente e dinamizadora», em conjunto com o Turismo do Alentejo.

«No Mediterrâneo, o vinho é mais do que o líquido. Faz parte da nossa cultura, faz parte da partilha, sobretudo aqui no caso do Baixo Alentejo», salientou Fernando Romba.

«Nós queremos aproveitar o vinho para mostrar o que o Baixo Alentejo tem de bom enquanto território da excelência e também promover o nosso território para tentarmos atrair mais turistas». É que, sublinhou, «os nossos municípios entenderam que a questão do vinho seria estratégica para o território».

Nesse sentido, o primeiro secretário da CIMBAL, na sua apresentação em Lagoa, recordou os inúmeros eventos que acontecem no Baixo Alentejo relacionados com o vinho: a ViniPax (Beja), o Vinhos no Castelo em Serpa, o Moura Wine.

«E depois temos também três eventos muito virados para o vinho de talha, que é a Vitifrades, a Feira da Vinha e do Vinho na Amareleja e também a Vin&Cultura, em Ervidel».

 

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O vinho da talha é, aliás, uma das grandes marcas diferenciadoras do Baixo Alentejo. Fernando Romba recordou que esta técnica de vinificação já «vem desde o tempo dos romanos», acrescentando que «a Adega Cooperativa da Vidigueira produz vinho numa talha datada de 1656». «Temos aqui um legado e um património, todo à volta também do vinho, que nos permite também sustentar esta candidatura», defendeu.

Outro aspeto que a CIMBAL destaca na candidatura que lidera a Cidade Europeia do Vinho é o facto de o Baixo Alentejo ter «dos melhores enoturismos do país e da da Europa».

«Temos um conjunto de oferta no enoturismo muito importante, reforçada ainda há pouco tempo com a abertura de um 5 estrelas no concelho da Vidigueira dedicado ao vinho, um boutique-hotel virado para o vinho, para além de outros enoturismos já conhecidos, como a Malhadinha Nova, a Herdade do Sobroso, Ribafreixo, a Quinta de Quetzal».

«É uma oferta muito interessante, com muita qualidade, quer do ponto de vista também do alojamento, quer também da restauração», reforçou Fernando Romba.

Aquele responsável destacou ainda o reforço da oferta do Grupo Vila Galé, com mais duas unidades no Baixo Alentejo, a abertura do Holiday Inn, em Beja, bem como novas unidades em Moura e em Serpa.

«Temos hoje, felizmente, já um conjunto de alojamentos que nos permite também promover o território de outra forma, para tentar nos atrair mais turistas».

Por seu lado, José Santos, presidente do Turismo do Alentejo, em entrevista à Agência Lusa, sublinhou que esta é uma região que «se tem distinguido muito, não só pela qualidade dos vinhos, que são os preferidos dos portugueses, mas também pela qualidade assinalável de projetos que combinam o alojamento, a hospitalidade e o vinho».

Nesta candidatura que lidera, em conjunto com a Entidade Regional de Turismo, a CIMBAL afirma-se apostada em trabalhar «com a fileira toda: com os produtores, com os vitivinicultores, com os enólogos, com todos os trabalhadores ligados ao setor do vinho, e, naturalmente, com a área de turismo».

 

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Mas a força da candidatura do Baixo Alentejo não se fica apenas pela tradição e pela aposta recente no enoturismo e na hotelaria. Também passa pela inovação e por ideias para o futuro.

O primeiro secretário da CIMBAL salientou que, no que diz respeito à sustentabilidade e à responsabilidade social, «no Baixo Alentejo há um conjunto alargado de produtores que estão no programa de sustentabilidade da CVRA», a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana.

Há, igualmente, uma «oferta grande» de «produtores de vinhos biológicos», a pensar nas preocupações dos consumidores mais exigentes.

José Santos, presidente do Turismo do Alentejo, resume: «É essa combinação entre tradição e modernidade que queremos apresentar na candidatura e fazer com que possa ser vencedora, pela grande capacidade que este território terá para oferecer em 2026 um programa de atividades e de animação, quer para os portugueses como para os internacionais».

Este responsável mostrou-se confiante na qualidade da candidatura e convicto de que o Baixo Alentejo «vai conseguir mostrar a sua força, o seu dinamismo, a sua cultura e identidade».

«Os vinhos no Alentejo não começaram ontem, são vinhos com história, mas também com muita modernidade e é esse projeto que queremos apresentar e estamos confiantes que podemos ganhar», afirmou José Santos.

Em Lagoa, perante a concorrência, Fernando Romba terminou a apresentação da candidatura afirmando o seu otimismo, mostrando uma imagem da «coreografia que pensamos poder utilizar no final de 2026, caso sejamos escolhidos». Uma explicação que arrancou uma gargalhada da assistência, mas que mostra como o Baixo Alentejo leva este projeto muito a sério.

 

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Representantes das candidaturas do Baixo Alentejo, Açores e Algarve – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

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