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Sul Informação - O que é um Guia-Intérprete?

O que é um Guia-Intérprete?

A Agigarve, associação dos Guias-Intérpretes do Algarve, foi convidada para escrever uma crónica mensal neste órgão de informação e agradecemos desde já a coragem da diretora por o ter feito.

Nesta nossa primeira crónica, vamos começar pelo princípio. O que é um Guia-Intérprete? A pergunta pode parecer um pouco estranha, mas o facto é que, ao longo dos anos, nos apercebemos que, tirando os próprios, a maior parte das pessoas não sabe o que é e o que faz um Guia-Intérprete.

Frequentemente chamados de guias turísticos, os verdadeiros, os certificados, reclamam da designação. Em bom português, um guia turístico é o livro de viagens que nos acompanha nas nossas deslocações, que nos dá umas informações sobre os sítios das nossas visitas. Atualmente, também estes estão em desuso com as múltiplas ferramentas digitais ao nosso dispor. Também muitas vezes se pensa que somos as pessoas que passam o dia a passear e ou a servir café nos autocarros. Nada mais errado.

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Voltemos, então, à nossa pergunta inicial – O que é um Guia-Intérprete?

O Guia-Intérprete é o Profissional de Informação Turística que acompanha turistas, nacionais ou estrangeiros, em visitas de curta, média ou longa duração, pelo país, visitando locais de interesse, tais como museus, palácios, monumentos nacionais, parques, entre outros.

Deve prestar informações de carácter geral, assim como sobre história, geografia, política, economia, gastronomia, tradições e demais assuntos de interesse. É ainda função do Guia-Intérprete zelar pelo bem-estar dos clientes, preocupar-se com a segurança, as deslocações e toda a logística relacionada com a viagem.

No bom desempenho da sua atividade, o Guia-Intérprete tem de ter capacidades de liderança, de organização e coordenação, de adaptação, de comunicação e fluência de discurso, deve ser empático, ter conhecimentos profundos sobre o país, conhecimentos linguísticos, estar em constante atualização de conhecimentos e competências.

Deve ainda ter boa apresentação, ser um gestor de conflitos e, naturalmente, ter o gosto pela profissão.

Todas estas competências são potenciadas e desenvolvidas com a formação adequada, criando mais valias e valor acrescentado não só aos profissionais, mas ao país.

Esta é uma profissão que, pelo menos desde 1912, teve um apoio legal. Era regulamentada e havia regras definidas sobre o acesso à mesma, preparando profissionais competentes e capazes, que fizeram os Guias portugueses ser reconhecidos internacionalmente.

Infelizmente, directivas europeias de 2005 e 2006 foram, em nossa opinião, desadequadamente adaptadas pela legislação portuguesa, levando a que esta e outras profissões perdessem as suas carteiras profissionais e levando o mercado a ser invadido por uma série de curiosos que se dizem guias turísticos, aos quais falta a muito necessária formação.

Perante o exposto, pode perceber-se a nossa preocupação com a atual situação, a nossa tristeza pela falta de perceção do Estado Português sobre esta questão, que a médio-longo prazo poderá trazer grandes prejuízos ao país, não só a nível financeiro, mas também de imagem.

Quando se debate mão de obra qualificada e a falta de atratividade das profissões de Turismo, não existir um contexto regulamentar desta profissão parece-nos não só desadequado, como comprometedor, num desenvolvimento que se quer consolidado da atividade turística nacional.

Autora: Cristina Marreiros é Guia-Intérprete e presidente da Agigarve (Associação de Guias-Intérpretes do Algarve).

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