A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo anunciou hoje que está aberto o aviso de concurso para modernização da Linha do Alentejo, no troço Casa Branca-Beja, com uma dotação 80,6 milhões de euros.
Segundo a CCDR, este investimento «visa promover uma mobilidade mais sustentável e eficiente na região, potenciando a coesão territorial e contribuindo para os objetivos de descarbonização do setor dos transportes».
O aviso agora aberto, que decorre até 16 de Junho e tem como beneficiário a empresa Infraestruturas de Portugal SA, destina-se a apoiar obras de modernização, requalificação e eletrificação da Linha do Alentejo no troço compreendido entre Casa Branca e Beja.
Com uma dotação indicativa de 80,6 milhões de euros, terá uma taxa máxima de cofinanciamento de 85% pelo FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional),.
Para a CCDR, esta intervenção representa «um passo significativo» para o desenvolvimento sustentável da região do Alentejo, «melhorando» a infraestrutura ferroviária e «contribuindo» para um sistema de transportes mais moderno e eficiente.
Em Outubro do ano passado, o PS questionou o Governo sobre a «efetiva necessidade de encerrar», durante quase dois anos, a linha ferroviária entre Casa Branca, no concelho de Vendas Novas (Évora), e Beja, para a realização de obras de modernização.
Numa pergunta dirigida ao ministro das Infraestruturas e Habitação Miguel Pinto Luz, entregue na Assembleia da República (AR), os deputados socialistas Nelson Brito (eleito por Beja), Ricardo Pinheiro (por Portalegre) e Hugo Costa (Santarém) diziam que a modernização das infraestruturas ferroviárias é «essencial para o desenvolvimento das regiões».
Em comunicado, a Federação do Baixo Alentejo do PS realçava que os deputados manifestavam, contudo, «temer o encerramento da linha Casa Branca – Beja durante 21 meses, conforme está previsto no plano da [empresa] Infraestruturas de Portugal».
Na pergunta dirigida ao Governo, os três deputados questionavam a necessidade do fecho deste troço da Linha do Alentejo.
Embora a Infraestruturas de Portugal (IP) «justifique esta suspensão total da circulação com a necessidade de construir uma nova plataforma e substituir os tabuleiros metálicos das pontes, surgem questões relativamente à efetiva necessidade de encerrar a linha durante todo o período da obra e à criação de alternativas eficazes de mobilidade para as populações afetadas», lia-se no documento.
Assim, o PS pretendia que o ministro esclarecesse quais os «estudos técnicos» que «sustentam a necessidade de um encerramento total da linha durante os 21 meses previstos».
«Existe a possibilidade de realizar as obras sem suspensão completa da circulação, como em casos anteriores, usando interdições temporárias ou períodos noturnos?», perguntavam.
Os socialistas reclamavam também do Governo do PSD/CDS-PP respostas sobre quais as alternativas de transporte para as populações durante o período de encerramento e se estão previstos serviços rodoviários alternativos que assegurem a mobilidade nas mesmas condições de horários e acessibilidade.