Os contratos estão assinados e a perspetiva é que, no primeiro trimestre do próximo ano, a Universidade do Algarve já conte com duas novas residências: uma no Campus da Penha, outra em Gambelas, com um total de 287 camas.
Os contratos da empreitada foram assinados esta sexta-feira, 17 de Janeiro, numa cerimónia na Sala de Seminários da Reitoria da UAlg. As duas obras, que serão feitas pela DST Group, foram adjudicadas por cerca de 15,9 milhões de euros.
A Residência Universitária da Penha II custará cerca de 6,9 milhões.
A ser construída perto da casa do reitor, numa das extremidades do Campus da Penha, já perto da Avenida Cidade de Hawyard, será composta por cinco pisos, numa área total de construção de 3.977 metros quadrados. As 125 camas distribuem-se da seguinte forma: 71 quartos individuais, 24 duplos, 5 quartos adaptados e 1 apartamento T1.

Quanto à residência Universitária de Gambelas será um pouco mais cara, custando cerca de 9 milhões de euros. A área de construção é de 1781 m2, distribuídos por 3 pisos. As 162 camas dividem-se por 80 quartos individuais, 38 quartos duplos, 5 quartos acessíveis e 1 apartamento T1.
Ambas as residências têm uma particularidade: serão dentro dos campis da UAlg, proporcionando uma maior vivência académica.
Em declarações aos jornalistas, Paulo Águas, reitor da Universidade do Algarve, congratulou-se com o avanço destas obras, prevendo que estejam prontas «no final do primeiro trimestre do próximo ano», cumprindo o calendário do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que as financia.
«Estas vão ser residências mais modernas, onde a maior parte dos quartos são individuais. Vão ter características específicas de construção, com elementos modulares, quartos com climatização, espaços de trabalho para alunos… Portanto, diferentes das residências construídas há 40 anos», acrescentou.
As residências vão também permitir a reduzir os «bloqueios de acesso ao ensino superior para os estudantes deslocados».
«No nosso universo de 10 mil estudantes, a nossa estimativa é que mais de 7 mil são deslocados. Temos 2 mil e poucos dos concelhos de Faro, Olhão, São Brás de Alportel e Loulé e que conseguem fazer movimentos pendulares diários. Agora, temos estudantes de Tavira e Albufeira que não conseguem ir e vir todos os dias, por exemplo, devido a horários [de transportes]», disse Paulo Águas.
Apesar de estes dois equipamentos aumentarem o número de camas disponíveis, o reitor da Universidade do Algarve deixou também críticas ao Alojamento Local (AL) que, em muitos casos, continua a bloquear o acesso dos estudantes a alojamento.

«Eu não tenho nada contra o AL em geral, mas tenho sérias dúvidas em relação a certas soluções. Uma coisa é o papel que o AL teve na renovação de edifícios que estavam devolutos… Agora temos Alojamento Local em prédios com apartamentos e, depois, o 5º esquerdo é AL. Isso faz-me bastante confusão», criticou.
«Se formos olhar ao mapa do AL em Faro, verificamos que há um numero imenso de camas que estão espalhadas por prédios da cidade, alguns que não estão em zonas turísticas. Não quero estar a inventar nada, mas se houvesse uma delimitação de AL que não entrasse em determinadas zonas da cidade…», acrescentou.
Responsável por gerir as verbas do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) até 2026, Ana Cristina Perdigão, diretora da Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação, esteve presente na assinatura dos contratos.
A responsável aproveitou para realçar a dinâmica da Universidade do Algarve nestas questões do alojamento. Na sua opinião, «a UAlg foi exemplar a nível nacional na sua capacidade de visão e no trabalho realizado».
Com estas duas novas residências, a UAlg passará a ter uma oferta total de cerca de 800 camas.