O presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais Sérgio Carvalho lamentou hoje a morte do bombeiro da corporação de Odemira e alertou para «o risco contínuo» a que os bombeiros estão sujeitos.
«É com grande tristeza que tivemos conhecimento do acidente e dos vários feridos e uma tristeza ainda muito maior com o falecimento de um bombeiro, esperando que os restantes melhorem e que estejam brevemente em casa», afirmou.
Contactado pela agência Lusa, o representante daquela estrutura sindical deixou «uma palavra de solidariedade para todos os bombeiros de Odemira, comando [daquela corporação], população e bombeiros a nível nacional».
«Mais uma vez, fica provado que a profissão de bombeiro é de grande risco, porque estes acidentes, a qualquer momento, podem acontecer e [devemos] esperar que não voltem a acontecer com nenhum bombeiro, porque é muito triste», referiu.
À Lusa, Sérgio Carvalho defendeu que, perante esta fatalidade, «todas as entidades com responsabilidades no setor possam rapidamente dar todo o apoio à família, aos bombeiros [e] à corporação».
Para o responsável, este tipo de acidentes é «sempre de lamentar» e é «demonstrativo do risco contínuo a que os bombeiros são expostos diariamente e que, muitas vezes, não é valorizado».
«Espero que possa haver uma outra abordagem a tudo isto e que os responsáveis no setor possam, de uma vez por todas, reconhecer que esta atividade é de risco e que todos estes bombeiros têm ser apoiados e valorizados», considerou.
Questionado pela Lusa, o comandante da corporação de Odemira, Luís Oliveira, esclareceu hoje que os cinco operacionais feridos no acidente de quarta-feira à noite são bombeiros profissionais, fazendo parte de uma das duas equipas de intervenção permanente (EIP) daquele corpo de bombeiros.
Residente na freguesia de São Luís, o bombeiro, de 38 anos, estava integrado numa das EIP de Odemira, composta por cinco elementos, que, na quarta-feira, foi chamada a intervir «numa queimada autorizada» em Saboia, no interior do concelho de Odemira, que «se descontrolou».
«Tinham feito [o trabalho] e regressavam a casa» quando o veículo de combate a incêndios se despistou provocando ferimentos aos cinco bombeiros, explicou à Lusa o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Odemira, António Camilo.
Dos cinco feridos, outros três também foram considerados graves, tendo um deles sido transportado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e os outros dois para o hospital de Portimão.
O quinto bombeiro, considerado ferido ligeiro, foi transportado para o hospital de Beja e, entretanto, já teve alta e regressou a casa.