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O problema do alojamento, mas também um balanço dos últimos sete anos e a projeção do futuro, foram alguns dos temas abordados por Paulo Águas,  reitor da Universidade do  Algarve, na cerimónia de comemoração dos 45 anos da instituição, que teve lugar esta quarta-feira, dia 11 de Dezembro.

«O alojamento é a principal barreira para o prosseguimento de estudos por parte de estudantes deslocados, podendo desempenhar um papel importante na captação de estudantes internacionais», disse o reitor, no seu discurso.

O responsável máximo pela UAlg salientou a renovação de 427 camas em seis residências, nos últimos anos, e a obra de construção de novas infraestruturas para mais 297 camas no âmbito do programa nacional de alojamento para o ensino superior apoiado pelo PRR.

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Neste último caso, segundo a universidade, o custo total previsto subiu de 17 milhões para 26 milhões de euros, «ou seja, mais 9 milhões do que o previsto, colocando, assim, uma pressão financeira adicional».

«A não ser possível o reforço de financiamento, a referida situação financeira tranquila em que nos encontramos irá deteriorar-se fortemente», avisou Paulo Águas.

A situação financeira foi, de resto, outro dos temas abordados. Recordando que em 2017 a UAlg enfrentava uma «situação financeira frágil», com «pagamentos de salários dependentes de adiantamentos e reforços extraordinários do Governo».

A recuperação, diz a UAlg, «foi conseguida através de controlo rigoroso da despesa, estabilização do crescimento do pessoal, aumento do crescimento da atividade e das receitas próprias, permitindo alcançar uma situação financeira estável desde 2020».

«Em 2023 executámos 71 milhões de euros e este ano deveremos ultrapassar os 77 milhões de euros. Ao nível da receita arrecadada, e incluindo o saldo de gerência transitado, poderemos vir a ultrapassar os 100 milhões em 2024, quase o dobro dos 55 milhões de euros arrecadados em 2018», explicou Paulo Águas.

 

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O reitor abordou ainda o crescimento académico, com mais estudantes e diplomados, com boa integração no mercado de trabalho. A UAlg registou um aumento de 32% no número de estudantes de grau desde 2017/18, atingindo 9.943 em 2023/24. Também o número de diplomados cresceu de 1.308 (2017) para 1.993 (2023), e a empregabilidade melhorou, com 87% dos inquiridos a considerar que a formação é adequada para as funções que desempenham. 69% dos inquiridos encontram-se a trabalhar no Algarve.

No que diz respeito à valorização dos recursos humanos, a UAlg refere «as mais de 130 progressões na carreira docente nos últimos cinco anos, seis vezes mais do que o verificado nos últimos oito anos, ou seja, mais de 40% dos docentes com mais de 10 anos de serviço, em condições para tal, mudaram de categoria», bem como «os investimentos na melhoria das condições de trabalho, com renovação de equipamentos e instalações».

Sobre a internacionalização e a investigação, o reitor recordou que a UAlg lidera o ranking nacional da Times Higher Education, no que diz respeito à projeção internacional, desde 2020.

«Embora reconheça que se tenha registado um abrandamento no crescimento de estudantes estrangeiros e nas publicações em coautoria internacional, acredita que o projeto da Aliança da Universidade Europeia dos Mares, a que a UAlg aderiu em janeiro de 2022, poderá dar um importante contributo para o aumento da internacionalização, tanto no ensino, como na investigação».

«Em relação à captação de financiamento para investigação, lembra que desde 2022 (17,5 milhões) já ultrapassa o total do quadriénio 2018-2021 (16 milhões), destacando-se seis bolsas do European Research Council atribuídas ao Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB), três já em execução e outras três a iniciar em 2025.

Para o futuro, Paulo Águas reconhece «os desafios de um crescimento mais rápido do que o previsto. Não obstante, acrescem ainda como problemas identificados a baixa taxa de transição do secundário para o ensino superior no Algarve, o investimento em I&D na região inferior à média nacional e a sub-representação de estudantes do Barlavento algarvio na UAlg».

Para dar respostas a esses problemas, «foi apresentada ao Governo uma proposta de Programa de Desenvolvimento para Década de Convergência da Região do Algarve na Educação, Ciência e Inovação, assente no desenvolvimento de várias infraestruturas. No seu entender, o sucesso do plano depende de fundos governamentais para complementar recursos regionais, locais e da própria UAlg».

 

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Na mesma cerimónia, Ana Jorge, presidente do Conselho Geral da UAlg, que iniciou o mandato em 2021 e termina no início de 2025, destacou o projeto da Aliança das Universidades Europeias dos Mares (SEA-EU 2.0), que reúne nove universidades costeiras de diferentes países europeus, promovendo programas educativos conjuntos, investigação científica e mobilidade académica.

A recente Avaliação Institucional do Ensino Superior da A3ES que resultou na acreditação da UAlg por seis anos, bem como o Relatório Final da Comissão Externa de Avaliação evidenciou o elevado desempenho em áreas como planeamento estratégico e melhoria contínua da qualidade foram outras questões realçadas pela antiga ministra.

Em representação dos funcionários não docentes, Adriano Pires, «realçou a resiliência dos funcionários não docentes como importante pilar na missão da UAlg, reconheceu a relevância de algumas iniciativas como os Prémios de Excelência nos Serviços, e outras que permitem melhorar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, incluindo horários flexíveis e teletrabalho. No entanto, apontou desafios como a insuficiência de recursos humanos e a necessidade de equilibrar as necessidades da Instituição com a promoção de condições de trabalho dignas e sustentáveis», segundo descreve a UAlg.

Rodrigo Raziel, recém-empossado presidente da Associação Académica, «agradeceu aos professores e funcionários pelo papel essencial que desempenham na vida académica e institucional. Abordou alguns dos desafios enfrentados pelos estudantes, como a saúde mental, a pressão académica, dificuldades financeiras e a crise habitacional no Algarve, afirmando o compromisso de continuar a lutar pelo futuro da comunidade académica».

já a representante dos docentes, Dulce Estêvão, professora da Escola Superior de Saúde, destacou «a importância dos estudantes como elemento central», falou da importância «dos educadores em proporcionar formação de qualidade» e mencionou «o impacto da revolução digital, especialmente a inteligência artificial».

 

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Nesta sessão solene foi atribuído o título de “Professor Emérito” a Efigénio da Luz Rebelo, professor catedrático com agregação em Métodos Quantitativos Aplicados à Economia e à Gestão, que, entre muitos outros cargos e funções, foi seis vezes diretor da Faculdade de Economia, em diferentes períodos.

Pela terceira vez foi entregue o Prémio Manuel Gomes Guerreiro, atribuído, por unanimidade, a João Pedro Almeida Meneses, doutor em Engenharia Biomédica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (2024). Organizado pela Universidade do Algarve, com o patrocínio da Câmara Municipal de Faro e da Câmara Municipal de Loulé, o prémio tem um valor pecuniário de 10 mil euros.

Foi também entregue pela terceira vez o Prémio Investigador UAlg, que se traduz numa dotação no valor de 5 mil euros e visa distinguir e reconhecer publicamente o investigador da Universidade do Algarve que pelo trabalho desenvolvido na área da investigação científica se destacou a nível nacional e internacional. Manuel Aureliano Alves, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) e investigador do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), foi o grande vencedor.

Também este ano, pela primeira vez, foi entregue o Prémio Três Minutos de Tese (3MT-UAlg) a Ana Simão, do doutoramento em Psicologia, no valor de 4 mil euros.

Durante a cerimónia, foram ainda entregues as medalhas da Universidade aos funcionários que completam 25 anos de serviço. Em dia de comemorações foram também anunciados os vencedores do Orçamento Participativo. Em 2024, a Universidade do Algarve colocou à disposição da comunidade académica 80 mil euros a favor de projetos que melhorem o bem-estar da comunidade: 40 mil euros para estudantes e 40 mil euros para funcionários docentes, não-docentes e investigadores. Foram admitidas a votação 11 propostas, das quais serão executadas seis: uma proposta de funcionários e cinco propostas de estudantes.

A terminar foi ainda entregue, com o apoio da Caixa Geral de Depósitos, o Prémio Universidade do Algarve aos diplomados com mérito no ano letivo de 2022/23.

A sessão contou com três momentos musicais por Luís Domingos Miguel Trio, com um repertório dedicado aos standards de jazz.

 

 

 



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