O presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio (PS), acusou hoje a oposição – CDU e uma coligação liderada pelo PSD – de «falta de responsabilidade», depois de o executivo ter chumbado, na semana passada, o orçamento para 2025.
«Temos em Beja oposições mal preparadas, com pouco sentido de responsabilidade e com uma ambição política cega e desmedida», disse Paulo Arsénio em declarações à agência Lusa.
A proposta de Orçamento e Grandes Opções do Plano (GOP) da Câmara de Beja para 2025, no valor de 64,4 milhões de euros, mais 4,9 milhões do que este ano e considerado «o maior de sempre» no município, foi chumbada em 27 de novembro.
Os documentos tiveram apenas os votos favoráveis dos três vereadores eleitos pelo PS, enquanto os três vereadores eleitos pela CDU e o eleito da coligação Beja Consegue, liderada pelo PSD, votaram contra.
Para Paulo Arsénio, este foi um desfecho que «até já poderia ter acontecido no ano anterior», considerando que tudo se deveu a «motivos de natureza eleitoralista», tendo em vista as autárquicas do próximo.
Devido ao chumbo da proposta de orçamento para o próximo ano, a gestão da Câmara de Beja a partir do dia 01 de janeiro de 2025 terá por base os valores orçamentais em vigor em 31 de Dezembro deste ano.
Apesar de não tornar a gestão do município “impossível”, a situação vai impedir ou atrasar “substancialmente” algumas obras, admitiu o presidente.
É o caso, indicou, do lançamento da empreitada da requalificação do Estádio de Futebol Dr. Flávio dos Santos ou o arranjo exterior do futuro Palácio da Justiça, avaliado em cerca de 1,5 milhões de euros.
Com o chumbo da proposta de orçamento para 2025, fica igualmente comprometido o aumento nas transferências para as juntas de freguesia, “na ordem dos 25%, ou seja, cerca de 461 mil euros mais do que este ano”, disse.
“É um valor muito acima do que qualquer um dos partidos da oposição tinha pedido, mas mesmo assim reprovaram o que eles próprios tinham pedido”, frisou Paulo Arsénio.
O eleito do PS lamentou ainda que o vereador da coligação Beja Consegue Nuno Palma Ferro tenha votado contra o projeto da circular externa da cidade, defendido “no início do mandato” pelo próprio e cujo estudo prévio «está em fase muito avançada de conclusão».
«Poderíamos passar à fase de projeto e execução [em 2025], mas eles próprios votaram contra uma proposta sua», criticou, acusando a coligação liderada pelo PSD de «incoerência total».
Questionado pela Lusa sobre se a liderança PS vai apresentar à oposição outra proposta de orçamento para 2025, Paulo Arsénio revelou que um novo processo negocial só será iniciado «em Janeiro ou Fevereiro do próximo ano».
«Agora é altura de as oposições também refletirem sobre aquilo que querem para o concelho, além de mandar abaixo e destruir», justificou.