Hélder Nunes, fundador e antigo diretor do jornal Barlavento, morreu este domingo, 22 de Dezembro, aos 75 anos.
O primeiro número do Barlavento saiu no dia 26 de Abril de 1975 – um dia e um ano depois do 25 de Abril -, num tempo em que ainda se vivia a euforia da Liberdade.
«Havia a necessidade, nessa altura, de ter meios escritos. Havia jornais que estavam ainda um pouco conotados com o anterior regime e que foram desaparecendo», contava, há alguns anos, Hélder Nunes, numa entrevista.
Também fundou o Sul Desportivo e a Rádio Barlavento (que vendeu depois à Diocese do Algarve).
Fez o Liceu em Portimão e foi “foto-cine” no serviço militar obrigatório, que cumpriu em Angola, durante a guerra colonial.
Durante o serviço militar, Helder Nunes interessou-se pela fotografia e pelo cinema. Quando voltou à vida civil, após uma breve passagem pelo negócio da publicidade, decidiu criar em Portimão um jornal de raiz, de proximidade e focado no Algarve.
Em finais de 1999, o Barlavento foi vendido ao Grupo Alicoop/Alisuper, mas Hélder Nunes manteve-se como diretor.
Com a nova propriedade, o jornal foi completamente reformulado em termos gráficos e de conteúdos, ganhando também uma equipa de jornalistas mais alargada e profissional.
Em Maio de 2003, o jornal sofreu outra reformulação, um pouco mais ligeira, que primou pelo refrescar da imagem e pela atualização do logótipo. O objetivo foi acompanhar a evolução, quer da exigência dos leitores, quer do próprio mercado.
O reconhecimento de todo este esforço veio em 2005, com a conquista de um dos maiores galardões a nível nacional, o prémio Gazeta para o melhor jornal regional do país, atribuído pelo Clube de Jornalistas e, entregue em Lisboa pelo então Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.
Em Junho de 2014, o Barlavento foi comprado pelo grupo editorial Open Media, que assumiu o compromisso de não deixar morrer este histórico título. Em Janeiro do corrente ano de 2024, o Barlavento começou a ter apenas edição online.
Helder Nunes ainda se manteve como diretor do Barlavento até 2015, quando se reformou. Desde aí manteve-se afastado do mundo do jornalismo.
Ainda não há informação sobre as cerimónias fúnebres de Helder Nunes.