A União das Freguesias de Moncarapacho e Fuzeta vai «finalmente voltar a ter divisões administrativas independentes», anunciou António Pina este domingo, 8 de Dezembro. A proposta foi aprovada pelo grupo de trabalho parlamentar que está a analisar as várias separações de uniões de freguesias em todo o país, mas tem ainda de ser votada na Assembleia da República.
O presidente da Câmara de Olhão não parece, contudo, ter dúvidas de que tal aprovação se confirme, tendo louvado a conclusão do processo de desagregação este domingo, durante a inauguração do novo troço da Ecovia Litoral do Algarve, entre Bias e o limite Nascente da Quinta de Marim – momento que mereceu vários aplausos.
«Esta desagregação vem ao encontro daquilo que foi sempre o sentimento da população do concelho, principalmente da Fuzeta. A realidade histórica desta freguesia, que, apesar de pequena, é diversa e com autonomia financeira, assim o pede», afirmou o autarca ao Sul Informação.
De acordo com António Pina, esta novidade vai ainda ao encontro do que «à data da agregação, já tinha sido proposto pelo Município», ou seja, a não agregação, «e por isso este é um momento feliz para todos».
Manuel Carlos, presidente da União das Freguesias desde a sua junção, em 2013, não tem dúvidas de que esta desagregação é «positiva tanto para Moncarapacho como para a Fuzeta».
«São duas freguesias com realidades muito distintas, que não têm afinidades – uma é freguesia marítima, a outra é rural – e além disso há uma grande distância entre as duas vilas. A melhor situação é separar mesmo, porque isto não é gerível como está», afirmou o autarca ao nosso jornal, reforçando que esta foi uma situação que se prolongou durante demasiado tempo.
Apesar de, nos primeiros anos, esta agregação ter causado muita contestação por parte dos próprios cidadãos, Manuel Carlos diz que «presentemente, as pessoas já não ligam muito a essa situação, porque já se habituaram e agora vão-se inteirar do que se está a passar, quando falarmos novamente disso».
«Passei o mandato interior, de 2013 a 2017, a agregar o que todos diziam que era impossível e agora é fazer o trabalho oposto em seis meses», rematou o presidente da União de Freguesias, que, à data da agregação, era presidente da Junta de Moncarapacho.
O mapa administrativo com as eventuais novas freguesias desagregadas tem de estar concluído até seis meses antes das Eleições Autárquicas previstas para setembro do próximo ano.