A oposição na Câmara de Beja, de gestão PS, chumbou a proposta de orçamento municipal para 2025, com um valor de 64,4 milhões de euros, que seria «o maior de sempre» nesta autarquia.
A proposta de Orçamento e Grandes Opções do Plano (GOP) da Câmara de Beja para 2025, no valor de 64,4 milhões de euros, mais 4,9 milhões que este ano, foi chumbada na quarta-feira, em reunião do executivo municipal, pelos três vereadores da CDU e pelo eleito da coligação Beja Consegue, liderada pelo PSD.
Os documentos tiveram apenas os votos favoráveis dos três vereadores eleitos pelo PS.
Contactado pela agência Lusa, o presidente do município alentejano, o socialista Paulo Arsénio, remeteu para segunda-feira declarações públicas sobre a reprovação do Orçamento e das GOP.
Na reunião do executivo municipal, o autarca afirmou que o chumbo do orçamento poderá estar relacionado com as eleições autárquicas de 2025, «o que é legítimo».
«Cada um assumirá as suas responsabilidades e nós estamos tranquilos, pois fizemos o que tínhamos a fazer», disse Paulo Arsénio.
Numa declaração de voto enviada à Lusa, a CDU explicou ter votado contra o Orçamento e GOP da Câmara de Beja por estes revelarem uma «gritante falta de resposta eficaz às necessidades dos munícipes e na concretização de uma visão estratégica para o presente e futuro do concelho».
«O orçamento municipal apresentado pelo executivo não apresenta seguramente perspetivas de romper com a gestão amorfa e incapaz de projetar e dinamizar a cidade e o concelho», acrescentou a coligação formada pelo PCP e pelo partido Os Verdes.
De acordo com a declaração de voto da CDU, os seus três vereadores apresentaram ao executivo socialista propostas que «procuraram, de alguma forma, assegurar que o orçamento de 2025 integrasse medidas essenciais», visando «a construção de um concelho mais coeso, dinâmico e sustentável».
«Estas propostas, embora relevantes e bem fundamentadas, não bastarão para tornar o orçamento municipal um documento transformador», mas «refletem o compromisso em proporcionar melhores condições para os munícipes e para os agentes locais», lê-se no documento.
Por sua vez, a coligação Beja Consegue, liderada pelo PSD, justificou, em comunicado, o voto contra a proposta de orçamento da câmara municipal para o próximo ano por constatar «que se mantém a coerência da incapacidade de verter» no documento «uma abordagem que inove e projete o concelho para outro patamar».
«Considerando a área social, claramente, o maior problema do concelho, nem uma palavra relativamente à migração, revelando uma desresponsabilização que consideramos muito grave», lê-se na nota.
A coligação acrescentou que, na votação, optou «por fazer aquilo que é menos mau, fazendo-o com tristeza, mas com a firmeza e certeza» de estar «a defender os interesses dos bejenses».