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O arqueólogo José d’Encarnação venceu o Prémio Augusto Botelho da Costa Veiga, atribuído pela Academia Portuguesa da História, pelo seu livro “Segredos da Beja Romana”.

O prémio, no valor de 750 euros, distingue um livro que reúne 30 estudos publicados no Diário do Alentejo, de Janeiro de 2021 a Janeiro de 2024, «em que se divulgaram para o grande público os segredos guardados nas inscrições gravadas em latim nos monumentos romanos da cidade: epitáfios de cidadãos, de servos e de libertos, homenagens a pessoas importantes, ex-votos a divindades…»

Além de procurar «uma linguagem acessível, houve, em cada caso, a ilustração gizada pelo Dr. José Luís Madeira, tornando assim, de certo modo, visível, o enquadramento para que o monumento poderia ter sido pensado há 2000 anos», explicou José d’Encarnação ao Sul Informação.

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Em declarações ao Diário do Alentejo, antes do lançamento do livro agora premiado, e falando sobre a riqueza arqueológica do Baixo Alentejo, o autor classificou-a como «enorme», sublinhando: «não só a cidade de Beja nos tem surpreendido, não podemos esquecer que foi capital administrativa de toda a região no tempo dos romanos, mas também Mértola, Aljustrel e Castro Verde se revelaram, já, como núcleos da maior importância, tanto no que respeita à época romana como, também, pré-romana e dos primeiros tempos da cristandade».

Trata-se de uma riqueza que, de acordo com o catedrático, o território tem, através do incentivo à divulgação deste tesouro, bem como ao acolhimento de académicos e investigadores, valorizado de forma diferente, em algumas localidades melhor que em outras: «Mértola é um bom exemplo. Beja vai no bom caminho. Almodôvar também. Castro Verde carece de maior atenção».

A necessidade deste zelo arqueológico, a importância do seu conhecimento, é, para José D’Encarnação, um valoroso alicerce na construção da identidade de um povo, na preservação das suas raízes: «a população tem de estar enraizada. Isto significa que, ao sentir que tem memória, ganha consciência de ser elo duma cadeia, que importa não cortar. E gosta de viver aqui. Se conseguirmos fazer com que as novas gerações regressem às casas que foram de seus avós, estamos no bom caminho. É a História em prol do necessário repovoamento».

 

Sul Informação

 

José d’Encarnação, professor catedrático do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras de Coimbra, nasceu em São Brás de Alportel em 1944, sendo um professor universitário, arqueólogo e historiador português que se tem dedicado especialmente às temáticas da presença romana em Portugal e à epigrafia latina.

Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, em 1970. Concluiu, no Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), o Curso de Conservador de Museus, em 1971-72. Neste mesmo ano, completou o Curso de Ciências Pedagógicas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Doutorou-se em História na Universidade de Coimbra, na especialidade de Pré-História e Arqueologia, em 1984.

Foi nomeado professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1991. Encontra-se na situação de aposentado desde Julho de 2007.
Naquela universidade exerceu várias funções: presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Letras (1984-1986); presidente da Comissão Científica do Grupo de História (1992-93); membro do Secretariado do Curso de Especialização em Assuntos Culturais no Âmbito das Autarquias (desde 1989); coordenador geral, na Faculdade de Letras, dos programas SOCRATES/ERASMUS.

Foi diretor do Instituto de Arqueologia (2002-2004), da Universidade de Coimbra.

Dirigiu a revista Conimbriga e continua a orientar a publicação do Ficheiro Epigráfico, suplemento desta revista, editado desde 1982.

Integra o conselho redatorial ou consultivo de publicações periódicas, nacionais e estrangeiras, como Akhros (Melilla), Archivo Español de Arqueología (Madrid), Espacio, Tiempo y Forma (Madrid), Hispania Epigraphica (Madrid), Phoînix (Rio de Janeiro), Palaeohispanica (Saragoça), Salduie (Saragoça) e Veleia (Vitória, País Basco).

 

Sul Informação

 

É responsável, juntamente com Guilherme Cardoso, pelo estudo da villa romana de Freiria (S. Domingos de Rana, Cascais), e pela investigação da ocupação romana no concelho de Cascais.

É membro da Comissão Internacional que preside à organização dos colóquios sobre Línguas e Culturas Paleo-Hispânicas. É administrador das listas de correio (mailing lists): ArchPort (Arqueologia), HistPort (História de Portugal) e Museum (Museus, Património e História da Arte). Além das suas atividades científicas, é ainda jornalista, dedicado principalmente à área cultural.

Além de José d’Encarnação, e no que diz respeito ao Sul do país, os prémios da Academia Portuguesa da História distinguiram também, na sua edição deste ano, o historiador José António Falcão, como o Sul Informação noticiou.

A entrega dos prémios será no próximo dia 4 de dezembro, às 15h00, no Palácio dos Lilases, em Lisboa, numa sessão que evocará Luís de Camões, durante a qual a historiadora Isabel Almeida proferirá uma oração de sapiência intitulada “Camões e a Incerteza”.

 

Sul Informação

 

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