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Recursos hídricos, ferrovia, interligações energéticas e Mundial 2030 dominam os apelos que a associação ambientalista ZERO lançou hoje, instando a que sejam debatidos na Cimeira Luso-Espanhola que amanhã, quarta-feira, dia 23 de Outubro, vai decorrer em Faro, com a presença dos chefes de Governo de Portugal (Luís Montenegro) e de Espanha (Pedro Sanchéz).

Em cinco pontos-chave que considera que devem ser debatidos na reunião magna, a ZERO começa por salientar que os “caudais mínimos diários não são suficientes” nos rios internacionais.

A ZERO sublinha que, embora o fim dos “dias de caudal zero” no rio Tejo seja um progresso positivo, a definição de caudais mínimos diários não é suficiente para garantir a saúde dos ecossistemas fluviais.

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“Para uma gestão verdadeiramente sustentável, o acordo terá de basear-se em critérios robustos, com caudais adaptados às dinâmicas naturais dos rios. É necessário assegurar que a água libertada seja suficiente não apenas em quantidade, mas também em termos de qualidade e variabilidade ao longo do tempo, garantindo a sobrevivência das espécies e habitats dependentes”, salientam os ambientalistas.

Além disso, a ZERO considera essencial que os resultados do acordo sejam “monitorizados por uma entidade independente e que os dados resultantes sejam divulgados regularmente e de fácil acesso ao público”.

A associação defende ainda que “um acordo deve ser mais abrangente e incluir restantes rios transfronteiriços», já que a limitação do acordo aos rios Tejo e Guadiana é insuficiente, “uma vez que outros rios transfronteiriços, como o Douro e o Minho, também sofrem pressões significativas devido aos impactes das alterações climáticas”.

A ZERO apela à definição de “um acordo mais amplo, que inclua todos os cursos de água partilhados entre Portugal e Espanha, assegurando uma gestão integrada e coordenada dos recursos hídricos”.

Esta abordagem, defendem os ambientalistas, “permitiria uma alocação mais justa e sustentável da água, garantindo a resiliência dos ecossistemas aquáticos e respeitando os compromissos ambientais assumidos por ambos os países”.

A ZERO pretende ainda que seja feito o “relançamento dos serviços ferroviários Lisboa-Madrid”, considerando que “é fundamental o lançamento de serviços diurnos competitivos e o relançamento de serviços noturnos, entre eles o de Lisboa a Madrid”.

Deve também “promover-se a existência de um sistema de aquisição de bilhetes de comboio que permita de forma fácil e amigável viajar com um título único de transporte entre destinos ibéricos e aproveitando a nova linha Évora e Caia”.

A ZERO sublinha também que “é realmente crucial tornar os serviços ferroviários ibéricos mais atrativos no curto prazo e promover o turismo sustentável que deve ser prioridade dos dois Estados e das respetivas entidades gestoras de um dos setores mais importantes para as duas economias e com maiores impactes ambientais”.

Na sua opinião, “é incompreensível que existam programas de incentivos para promover a acessibilidade aérea de várias cidades ibéricas e o mesmo não aconteça, de forma ainda mais justificada em relação à acessibilidade ferroviária”.

Um quarto ponto-chave defendido pela ZERO tem a ver com a “Aposta na eletrificação e uso de hidrogénio verde para a reindustrialização da Península Ibérica em vez do projeto Ineficiente e caro do H2Med?”

Dada a existência de um Mercado Ibérico de Eletricidade, so ambientalistas consideram que se impõe “um elevado nível de cooperação no planeamento do reforço das redes de transporte de eletricidade e também na coordenação das estratégias para o armazenamento de eletricidade que permitam fazer face à urgente necessidade de eletrificação de uma parte importante da indústria”.

A descarbonização do sistema elétrico ibérico é “crítica para uma maior competitividade da região, tirando assim partido do potencial renovável”, defendem.

A ZERO recorda ainda que a necessidade de os dois países assumirem o objetivo comum de descarbonizar os seus sistemas elétricos para a atração de investimento industrial foi também apontada esta semana pelo Grupo Espanhol de Crescimento Verde, que representa 40% do índice IBEX da bolsa de Madrid.

“A construção de economia livre de combustíveis fósseis não dispensa, no entanto, o uso de Hidrogénio Verde que deve ser usado com parcimónia, sempre que a eletrificação não é viável em certas indústrias”, defende.

Por isso, a ZERO apela a que “os dois governos reavaliem a sua participação no ineficiente e caro gasoduto H2Med e dêem prioridade à produção para utilização local de Hidrogénio Verde, minimizando impactes ambientais e fazendo da península um local propício para o estabelecimento de uma indústria europeia mais competitiva, utilizando recursos renováveis e reduzindo o seu impacto no clima e na biodiversidade”.

O quinto e último ponto-chave que a ZERO considera que deve ser debatido na Cimeira Luso-Espanhola tem a ver com a ncessidade de o Mundial 2030 ter “comboios em vez de avões na Península Ibérica”.

A realização do Mundial de futebol em Portugal, Espanha e Marrocos é apontada pelos ambientalistas como “uma grande oportunidade para os dois países desenvolverem uma verdadeira rede ibérica de serviços ferroviários, ligando as principais cidades com um conjunto de serviços diurnos, noturnos e mistos”.

A ZERO, com os seus parceiros da Aliança Ibérica pela Ferrovia (AIF), lançou a ideia dos bilhetes verdes para assistir aos jogos que incluem as deslocações ferroviárias e espera que a cooperação entre os dois Estados e entre as empresas públicas do ecossistema ferroviário ibérico assegure que “a circulação entre as Cidades Sede do Mundial de Futebol que se situem na Península” seja feita “por ligações ferroviários diretas e confortáveis e com tempos de viagem razoáveis que possam perdurar e desenvolver-se depois da realização do evento”.

“O governo português deve apressar o lançamento da Terceira Travessia do Tejo (TTT) exclusivamente ferroviária, que tornará mais rápida a ligação entre Lisboa e Madrid, talvez ainda a tempo de ser inaugurada antes de a bola começar a rolar”, conclui a ZERO.

A Cimeira Luso-Espanhola decorre esta quarta-feira, 23 de Outubro, no Palácio Fialho, onde funciona o Colégio do Alto, em Faro.

 



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