O Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza, em Sagres, o maior evento dedicado às aves e à natureza em Portugal, começou na quinta-feira, dia 3, e logo nesse primeiro dia foram avistadas muitas aves, algumas delas verdadeiramente raras, que os seus descobridores foram apontando no quadro à entrada da Fortaleza do Belixe, onde funciona o secretariado.
Até domingo, dia 6, centenas de pessoas de várias idades e nacionalidades rumarão a Sagres para descobrir a natureza da região e, em particular, a migração outonal das aves.
Para assinalar a abertura, os organizadores – a Câmara de Vila do Bispo, a associação Almargem e a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves – promoveram uma visita para jornalistas, autarcas, dirigentes associativos, empresários, representantes de entidades públicas, na qual até participou o pároco local, o padre José Chula.
Ainda na Fortaleza do Belixe, Alexandra Lopes, da SPEA, deixou uma sugestão à presidente da Câmara Rute Silva, baseada na ideia da dona de uma pastelaria que é parceira do festival: criar pontos de água para dar de beber às aves que, no Outono, passam por Sagres na sua migração para África.
«Esta sugestão, feita por um dos nossos parceiros, significa que o festival já foi integrado pelas pessoas, elas já o sentem e vivem como seu», acrescentou.
Por seu lado, André Pinheiro, da associação Almargem, sublinhou que se trata de um «festival verdadeiramente inclusivo: não se destina só a especialistas, mas também às pessoas que nada sabem sobre aves, a quem chama pássaros às aves, às famílias, às crianças».
Aliás, sublinhou, «este ano, pela primeira vez, teremos um adolescente local, o Vasco Fonseca, de 14 anos, a dinamizar uma atividade». Trata-se da atividade «Vasco explora a Natureza em Sagres», agendada para as manhãs deste sábado e de domingo.
O grupo de convidados seguiu depois, a pé, pelo trilho da Rota Vicentina, à beira da falésia, entre a Fortaleza do Belixe e o Cabo de São Vicente, tendo como guias Ricardo Soares, arqueólogo e diretor do Museu de Vila do Bispo – Celeiro da História, e Beatriz Oliveira, professora, geóloga e atual membro da equipa do Museu. História, arqueologia, geologia, fauna e flora foram os temas abordados ao longo do passeio.
No Cabo de São Vicente, e apesar de, naquele momento, não haver muitas aves para avistar, o grupo experimentou (alguns pela primeira vez) observar as aves através de um telescópio ou de binóculos.
A manhã culminou com a libertação na natureza de uma gaivota, que esteve em tratamento no Centro de Recuperação do RIAS, na Quinta de Marim. De boa saúde e livre, a gaivota lá levantou voo e foi juntar-se às outras aves da sua espécie que pairavam no ar.
O Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza, que já atingiu a sua 15ª edição, continua este sábado e domingo, dias 5 e 6 de Outubro. Ainda há muitas atividades onde pode participar e inscrever-se e algumas até são gratuitas.
O programa do Festival inclui mais de 270 atividades, desde saídas de barco para observar aves, golfinhos, grutas e falésias, até workshops de fotografia, pintura e ilustração, passando por passeios de caiaque, bicicleta e a pé, sem descurar os jogos e desafios para os mais novos.
O programa está disponível online, e embora haja já atividades esgotadas, ainda há muito por onde escolher.
Para participar, basta ir ao Forte do Belixe, em Sagres, inscrever-se nas atividades pretendidas e obter a pulseira de participante que, além da entrada nas atividades, dá direito a entrada grátis na Fortaleza de Sagres e no Museu de Vila do Bispo — Celeiro da História, além de descontos nos parceiros como restaurantes e alojamentos.
A decorrer um pouco por toda a península de Sagres, o programa do Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza convida ainda os participantes a conhecerem o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
O evento organizado pela Câmara Municipal de Vila do Bispo, em parceria com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a Associação Almargem é patrocinado pela Fundação Sousa Cintra, pela Nadara e pelo Intermarché de Sagres.
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Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação e arquivo