A ligação ferroviária de alta velocidade Faro-Huelva-Sevilha vai ser estudada, garantiram esta quarta-feira, 23 de Outubro, os primeiros-ministros de Portugal e Espanha, na XXXV Cimeira Luso-Espanhola que decorreu em Faro.
Esse compromisso de avançar com os «estudos de fluxos de mobilidade e as análises custo-benefício para a ligação Faro-Huelva» faz parte da declaração conjunta da Cimeira, assinada pelos governos português e espanhol.
Na conferência de imprensa de encerramento da cimeira, o tema também foi abordado por Luís Montenegro. O primeiro-ministro de Portugal vincou que, por enquanto, a «prioridade» é a ligação «Lisboa-Porto-Vigo-Madrid», cujo primeiro troço até já foi adjudicado.
A segunda prioridade é a ligação Lisboa-Madrid, via Badajoz, mas Luís Montenegro falou de outras possíveis ligações que o Governo está «a vislumbrar para o futuro».
Uma delas é essa entre Faro – Huelva e Sevilha e a outra Porto-Bragança- Zamora.

«Estão em estudo para poderem ser aprofundadas nos próximos anos», vincou o primeiro-ministro português.
Pedro Sánchez, chefe do Governo espanhol, também garantiu o mesmo: «vamos fazer os estudos para o futuro».
De resto, este tema do TGV entre o Algarve e a Andaluzia esteve em foco na Cimeira Luso-Espanhola, uma vez que foi abordado também por Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, numa sessão no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Na cerimónia, em que foram entregues as chaves da cidade a Montenegro e Sánchez, o autarca farense pediu que se avance com a obra «urgente» de ligação ferroviária entre Portugal e Espanha.
Na conferência de imprensa final, Luís Montenegro também anunciou que os dois líderes do Governo de Portugal e Espanha vão escrever a Michel Barnier, homólogo francês, para que se possa «levar a cabo a interligação ferroviária» de passageiros e mercadorias entre a Península Ibérica e o centro da Europa.
Em relação ao facto de a Cimeira Luso-Espanhola ter decorrido no Algarve, o primeiro-ministro de Portugal explicou que a escolha teve «várias razões, mas a principal foi a questão da água, à qual temos dado prioridade absoluta».