O segredo pode parecer fácil, mas «dá muita chatice». Andar «sempre, sempre» a acompanhar o mercado é o que faz com que a Rolear esteja a comemorar 45 anos de sucessos. Tudo começou com um funcionário, hoje são cerca de 450 de uma marca que faz parte da identidade do Algarve. E que não quer ficar por aqui.
Oportunidade é mesmo uma palavra que se cola a toda a história da Rolear, empresa criada em 1979 por Parreira Afonso, engenheiro nascido no Azinhal (Castro Marim).
Já com alguns anos de trabalho nas áreas da eletrotécnica e mecânica, foi uma «oportunidade» que o fez arrancar para a aventura de criar uma empresa.
«Não era um sonho de sempre. Aconteceu», conta em entrevista ao Sul Informação, no seu gabinete no edifício-sede da Rolear, no Areal Gordo, concelho de Faro.
A empresa, recorda, começou «do zero».
«Eu trabalhei em empresas industriais, em três ou quatro, e usei esse know-how. No Algarve, na altura não havia nada: só oficinas de automóveis. Não havia luz e água em muitos sítios. E eu vi essa oportunidade», diz.

No início, relembra, a Rolear era uma empresa «mais técnica». A expansão começou depois, com a aposta no comércio, na construção.
Hoje, a Rolear tem cinco grandes áreas de atuação: as lojas/distribuição de equipamentos, a distribuição de gás propano canalizado, a construção civil, uma academia de formação técnica especializada e a mais recente aposta, o turismo, sendo proprietária do Amendoeira Golf Resort, no concelho de Silves.
As lojas, reconhece Parreira Afonso, são o que têm «maior peso» na atividade da empresa. «Temos 10, no Algarve, Lisboa e Porto, e estamos a preparar a abertura de mais uma», adianta.
No que toca ao gás, também têm cerca de «17 mil clientes em todo o Algarve».
Na vertente da construção, a Rolear tem feito várias obras de monta na região, de que são exemplo o novo lar da Associação Algarvia, em Faro, o edifício do Algarve Tech Hub, no Campus da Penha da Universidade do Algarve (Faro), o novo terminal rodoviário de São Brás de Alportel ou a remodelação das residências universitárias da UAlg, também na capital algarvia.
Assistir a este crescimento de uma empresa que começou do nada é, para o seu fundador António José Parreira Afonso, algo «quase normal».

«Na verdade, significa que acompanhámos o mercado. Nós diversificámos as áreas, fomos pioneiros nas fotovoltaicas, nas eólicas, nas ETAR, no gás metano. O segredo é que andámos sempre a acompanhar o mercado, o que dá muita chatice», diz.
É que nem sempre tudo corre bem, confessa Parreira Afonso, dando o exemplo precisamente o «negócio das eólicas».
Ainda assim, quando questionado sobre qual é o segredo da longevidade da empresa, o seu fundador nem hesita: «o entusiasmo e as pessoas. Estar com elas, falar com elas, percebê-las».
Quanto ao futuro do mundo empresarial algarvio, Parreira Afonso também tem uma ideia bem definida: «o turismo há de continuar. Isto é um sítio maravilhoso, já corri o mundo todo e não encontrei nada como isto. Mas fazem sempre falta empresas de maior dimensão porque, se não forem daqui, têm de vir de fora».
Em relação aos planos para a Rolear, o seu fundador diz que passam por «alguma reorganização».
«Talvez uma maior gestão profissional, dividir os setores… Cada vez estamos mais especializados. Veremos se ainda tenho tempo».