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A classificação das Grutas de Ibn Ammar, em Lagoa, e do Algarão do Remexido, em Silves, está em consulta pública até 29 de Outubro.

A abertura dos dois procedimentos foi efetuada pelo Património Cultural, a 8 de Outubro, na sequência de proposta dos serviços regionais de cultura da ex-Direção Regional de Cultura do Algarve, atualmente Unidade de Cultura da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, feita em 2022.

As Grutas de Ibn Ammar situam-se entre Tapadinha e Vale Crevo, Mexilhoeira da Carregação, na União das Freguesias de Estômbar e Parchal, concelho de Lagoa.

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«Trata-se de uma série de aberturas cársicas conspícuas, dispostas ao longo da margem esquerda do rio Arade, que fazem parte de um complexo sistema de galerias subterrâneas naturais com utilização humana pré-histórica e histórica», diz a CCDR Algarve, em nota de imprensa.

O processo de classificação das Grutas de Ibn Ammar baseia-se igualmente nos valores histórico, arqueológico, científico, paleontológico e etnográfico associados, bem como aos fatores de antiguidade, memória, autenticidade, singularidade e exemplaridade.

Estas grutas, também conhecidas como Cavernas da Mexilhoeirinha, são as maiores a sul do Tejo. Esta foi a primeira designação de que há registo, em alusão à povoação mais próxima.

Mas a partir da década de 70 do século XX, a esmagadora maioria dos autores refere-se a estas cavidades como Grutas de Ibn Ammar, designação que parece emergir dos anos 60, aquando das primeiras tentativas de as constituir como atração turística. Abû Bacr Muhammad Ibn Ammâr (1031-1084) foi poeta e político árabe que chegou a governador de Silves.

Apesar destas grutas terem atraído primeiro a atenção dos arqueológos, com estudos desde a década de 60 (séc. XX), algumas das primeiras pesquisas concretas a que se acedeu foram realizadas por biólogos.

Esta é uma das principais cavidades do sistema subterrâneo do Algarve, que foi classificado em 2016 como hotspot mundial de biodiversidade cavernícola na “Science”, uma das mais importantes revistas científicas.

Com elevado interesse para a área científica, estes ecossistemas subterrâneos são extremamente importantes em matéria de saúde pública, nomeadamente no que respeita à água disponível para consumo humano: em Portugal, cerca de 50% da água disponível para consumo humano provém de aquíferos de profundidade.

Estas grutas não são passíveis de visita pública por albergarem uma importante e frágil colónia de morcegos de espécies legalmente protegidas e por motivos de segurança.

O Algarão do Remexido, situado na freguesia de São Bartolomeu de Messines, concelho de Silves, é igualmente uma gruta natural cársica, com interesse arqueológico e à qual se associa a memória popular de que terá constituído o local de refúgio prolongado do famoso guerrilheiro miguelista.

Trata-se de algar cársico com diferentes momentos de utilização antrópica. A ocorrência de vestígios líticos atribuídos ao Neolítico-Calcolítico, junto à entrada da gruta, e principalmente a presença atestada de cerâmicas manuais de grandes contentores, no seu interior, provavelmente na Idade do Bronze, testemunham a utilização pré-histórica da cavidade.

Outro uso mais recente envolveu alteração significativa do espaço na primeira sala, através da remobilização massiva de pedras e grandes blocos.

Esta evidente intervenção humana harmoniza-se com a memória popular de que o local serviu de refúgio prolongado do famoso guerrilheiro miguelista José Joaquim de Sousa Reis, conhecido como o Remexido.

Estas grutas não são passíveis de visita pública por motivos de segurança e de salvaguarda da sensível biodiversidade cavernícola.

 



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