Mais de 400 participantes, quase o dobro das duas primeiras edições, muita partilha de conhecimento e ligações para o futuro. A Algarve Tech Hub Summit juntou empresas e empreendedores de várias partes do mundo numa tenda na praia, com vista privilegiada para o mar, entre quarta e sexta-feira, e o balanço feito pelos organizadores é «ótimo».
O evento, organizado pela Algarve STP, Algarve Evolution e Universidade do Algarve, em parceria com a Câmara Municipal de Albufeira, teve o principal objetivo de promover o ecossistema regional de empresas tecnológicas, ao mesmo tempo que dava a conhecer bom exemplos e lançava o debate sobre temas na ordem do dia, ligados à inovação.
No final, tanto Joaquim Nascimento, presidente da associação de empresas tecnológicas Algarve Evolution, como Jessica Costa, diretora executiva da Algarve STP, concordaram que uma das grandes conquistas da 3ª edição do evento foi a sua capacidade de atração de participantes.
«Nós fazemos um balanço muito positivo desta terceira edição. As duas primeiras edições foram mais para ver como é que o público aderia. Nas duas primeiras, tivemos uma média de cerca de 200 pessoas, 250 pessoas. Este ano, ultrapassámos as 400. Isso deixa-nos mesmo muito felizes», disse Jessica Costa.
«Se nos lembrarmos da primeira edição, foi uma coisa mais pequena, muito de aprendizagem, uma espécie de ano zero. Este ano foi uma coisa completamente diferente. Só para terem uma noção, nós tínhamos uma quantidade grande de bilhetes já reservados e também tínhamos placas identificadoras extra, para outras pessoas que pudessem vir, e elas acabaram. Ou seja, foi uma afluência espetacular, em números, que superou em muito as nossas expectativas», enquadrou Joaquim Nascimento.
O mesmo responsável abordou ainda a opção por realizar o evento em Albufeira. «A localização é outra das coisas que eu quero frisar. Termos uma tenda na praia para realização de eventos tecnológicos é fenomenal. Tivemos cá o representante da Web Summit, que já foi a 100 eventos internacionais tecnológicos. Ele chegou ao pé de mim e disse-me: Joaquim, nunca estive um evento tecnológico na praia como vocês aqui têm», contou .
«Isto vai “vender” um bocado o Algarve, é isto que também estamos aqui a fazer, mostrar que o Algarve não é só Turismo e que há mais coisas interessantes a acontecer na região. É um local bom para trabalhar, para viver e há inovação a acontecer aqui do Algarve», acredita.
Jessica Costa também frisa que a localização escolhida para a realização da Algarve Tech Hub Summit foi uma aposta ganha.
Apesar dos organizadores do evento funcionarem todos numa lógica regional, esta foi a primeira edição realizada fora de Faro, o que não impediu que o feedback dos participantes fosse «muito positivo», disse.
«Conseguimos trazer speakers de renome tanto a nível internacional como a nível nacional. Tivemos imensas empresas, foram cerca de 35 painéis, mais de 80 speakers, mais de 400 participantes. Desta forma, o balanço é ótimo!», resumiu a diretora da Algarve STP.
Algumas das empresas que se deram a conhecer, no palco da cimeira, eram algarvias.
«Foram selecionadas as seis melhores de muitas candidaturas que recebemos. Tivemos aqui empresas inovadoras espetaculares, como por exemplo uma empresa que está a desenvolver testes para cancro da mama como não há em lado nenhum no mundo. Vai ser a primeira empresa a lançar este produto», recorda Joaquim Nascimento.
«Também temos empresas a inovar na criação de medicamentos para a dor e a produzir coisas inovadoras a nível mundial. Ou seja, temos muita qualidade. E esse é outro ponto que eu quero salientar: a qualidade dos participantes. E não falo só dos speakers que tivemos, das talks que eles fizeram, mas também dos demais participantes. Tivemos pessoas de todo mundo, que ficaram maravilhadas com aquilo que nós proporcionamos», assegurou.
Desta forma, o evento foi ao encontro dos objetivos das entidades que gerem o Algarve Tech Hub, que é «tornar o Algarve num hub de inovação e lifestyle, para onde possamos atrair pessoas de fora e onde possamos reter os que já cá estão, sejam eles estudantes, empreendedores ou empresários», disse Jessica Costa.
Outro objetivo é «que possamos todos juntos crescer para construir aquilo de que falámos aqui na Summit, que são as segundas economias, para não estarmos tão dependentes do turismo, mas também usarmos esta força que o Algarve já tem do turismo para potenciarmos ainda mais a região».
«Para mim, e principalmente para a Algarve Evolution, que representa as empresas inovadoras aqui do Algarve, o importante foi poder estar com estas pessoas, aprender com elas, partilhar as nossas experiências. É isso que fica para o futuro. A capacidade que nós tivemos de agregar aqui pessoas de todo o lado, que vieram do estrangeiro de propósito para estar neste evento, é fantástica», reforçou Joaquim Nascimento.
Desta summit saíram « muitas ideias para melhorar o nosso ecossistema tecnológico, aprendemos muitas coisas».
«Temos associações de startups portuguesas que para o ano querem vir cá fazer eventos. Querem trazer cá pessoas que trabalham com inteligência artificial para nos ajudarem nesse campo. Temos pessoas que estão em Lisboa a trabalhar com as melhores startups portuguesas, que querem vir cá ajudar-nos. Ou seja, nasceram muitas colaborações, com empreendedores portugueses e estrangeiros. E isso é que é interessante, quando nós temos eventos destes: sentir que há pessoas que nos querem ajudar e que querem colaborar connosco», revelou Joaquim Nascimento.
Uma das pontes que foi criada foi com outras comunidades inovadoras do país, de tal forma que os organizadores da Algarve Tech Hub Summit estão «já a pensar, em 2025, fazer cá a primeira reunião de ecossistemas tecnológicos portugueses».
Quanto à quarta edição do evento, terá lugar entre os dias 17 e 19 de Setembro do próximo ano.
