O Grande Prémio de Portugal de MotoGP, que se disputa Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, vai continuar no calendário do Mundial de velocidade pelo menos mais dois anos, foi hoje anunciado em Portimão.
«Conseguimos! Foi um trabalho de equipa que demorou muito tempo a conseguir este resultado, mas Portugal vai ter um contrato para dois anos, pela primeira vez», anunciou Jaime Costa, diretor-geral da Parkalgar, empresa gestora do autódromo algarvio, em conferência de imprensa nas instalações do AIA.
A data concreta para a corrida de 2025 só vai ser anunciada amanhã, acrescentou Jaime Costa, mas será no final do campeonato «e poderá ter o elã de decidir o campeonato».
Tendo em conta que a primeira corrida será «daqui a um ano», em 2025, o CEO da Parkalgar salientou que haverá «muito tempo para trabalhar», em conjunto com outros agentes, como os ligados ao turismo, «todo o impacto no território e na economia do Algarve» que a prova trará à região, pelo menos até 2026.
Por outro lado, acrescentou, «vamos também assistir a uma nova fase do nosso piloto, o Miguel Oliveira, o que vai trazer um elã a toda esta envolvente, criar um valor económico para toda a região, para além da parte desportiva».
Jaime Costa frisou também que o Autódromo, «além de ser um agente desportivo», é também «um agente económico da região».
Aliás, em Abril passado, a Região de Turismo do Algarve divulgou que a prova do Moto GP, que tinha decorrido entre 22 e 24 de Março no Autódromo, teve um impacto financeiro estimado entre 75 milhões e 87 milhões de euros na região, «superando assim as expetativas, bem como o teto de 79 milhões de euros verificado na edição do ano passado». Estes mesmos dados foram recordados por Jaime Costa, na conferência de imprensa.
«Ao dia de hoje», disse também, o Autódromo Internacional do Algarve «já tem, para o ano de 2025, 280 dias de pista com atividades vendidos».
«Só um destes eventos, que é a apresentação, em Março, de uma moto de uma marca internacional, vai trazer, durante uma semana, 100 jornalistas» ao circuito e à região.
Álvaro Bila, presidente da Câmara de Portimão, depois de agradecer ao Governo o «empenho» no processo, sublinhou que «cada vez que se promovem atividades no Autódromo Internacional é o desenvolvimento e a imagem do Algarve que estão em causa». «A aposta vai ser ganha, de certeza», frisou.
Por seu lado, André Gomes, presidente da Região de Turismo do Algarve, destacou que o circuito de Portimão é «o único equipamento certificado a nível nacional para receber este tipo de eventos».
Além disso, o Algarve tem «todas as condições» para provas internacionais, como o Mundial de MotoGP: «ligações aéreas, oferta e capacidade hoteleira, infraestruturas de apoio, serviços, clima».
Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, acrescentou: «a atividade turística é, por definição, uma atividade que alavanca» o setor privado, as empresas, os empregadores, mas que também envolve os municípios e as organizações públicas, nacionais e regionais.
Como não poderia deixar de ser, Jaime Costa, CEO da Parkalgar, fez questão de recordar Paulo Pinheiro, criador do Autódromo e anterior CEO, que morreu no passado dia 10 de Julho. Em relação a este contrato inédito de dois anos para o Grande Prémio de GP em Portugal, Jaime Costa disse que «o cruzamento da linha da meta só foi possível porque houve alguém que, em 2020, teve a ousadia de começar».
Aliás, o próprio Miguel Oliveira, em mensagem vídeo divulgada na conferência de imprensa, fez votos para que «os próximos dois anos possam trazer muita alegria e que, sobretudo, ajudem a honrar o nosso querido Paulo Pinheiro».
O piloto, depois de recordar a sua vitória no circuito de Portimão no final da época de 2020, felicitou a administração da Parkalgar «que tem feito um grande esforço nas negociações, seja com a DORNA [entidade proprietária da prova], seja com o Governo, para garantir a prova aqui nas próximas duas temporadas».
A corrida do Mundial de MotoGP «não é apenas uma prova do Algarve, é do país», concluiu, por seu lado, o secretário de Estado do Turismo.
A etapa portuguesa do Campeonato do Mundo de MotoGP, Moto2 e Moto3 realiza-se no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, desde 2020, depois de já ter passado por Jarama (Espanha), em 1987, e pelo Estoril, entre 2000 e 2012.