A requalificação e ampliação do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, tem um custo previsto de 118 milhões de euros e as obras podem começar no segundo semestre de 2026, revelou hoje o presidente da entidade gestora.
Estes são alguns dos dados que constam nos estudos técnicos que suportam o projeto feito pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), que gere o hospital, a pedido do anterior governo e já entregues ao atual.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ULSBA, José Carlos Queimado, indicou que, pela primeira vez, foram realizados em simultâneo estudos para a requalificação e ampliação do hospital, lembrando que os que existiam estavam desatualizados.
«Agora, existe um projeto com maturidade suficiente e bem fundamentado para ser objeto de decisão política», afirmou, referindo-se ao conjunto de estudos constituído pelo perfil assistencial, plano diretor, programa funcional e estudo de viabilidade económico-financeiro.
Segundo o responsável, a renovação da unidade hospitalar alentejana implica um investimento de «cerca de 96 milhões de euros mais IVA [Imposto sobre Valor Acrescentado], ou seja, um total de 118 milhões de euros».
«Este projeto prevê o alargamento da carteira de serviço do hospital», com a entrada em funcionamento de «especialidades que atualmente não existem» na unidade de saúde, como dermatologia, gastroenterologia, reumatologia e outras, adiantou.
Em articulação com os hospitais de referência, continuou o presidente da ULSBA, podem passar igualmente a funcionar em Beja as especialidades de nefrologia, oncologia ou angiologia e cirurgia vascular.
«O hospital não vai reduzir a capacidade. Pelo contrário, vai ter ligeiramente mais camas do que tem atualmente [de 216 para 229], oito salas operatórias, quando atualmente tem cinco, e mais gabinetes de consultas externas e de hospital de dia», realçou.
Frisando que a unidade hospitalar «não cumpre praticamente nenhuma» das orientações técnicas do Ministério da Saúde, José Carlos Queimado admitiu que o hospital de Beja tem «unidades de internamento com 40 camas e duas instalações sanitárias».
«Daí a necessidade de fazermos outro edifício no ‘campus’ hospitalar, que terá cerca de 171 camas, todos os quartos com instalação sanitária e um novo serviço de urgência geral de adultos», disse.
Destacando o aumento das áreas do hospital, o responsável deu como exemplo o serviço de urgência geral que atualmente «nem chega a 500 metros quadrados de área útil» e que vai passar a ter «1.800 metros quadrados de área útil».
«Vamos acrescentar quase 10.000 metros quadrados de área útil, o que significa que hoje em dia as pessoas que aqui trabalham e as que são atendidas têm condições muito precárias e muito abaixo dos mínimos em termos de qualidade e de segurança», vincou.
De acordo com o presidente da ULSBA, se este projeto «for levado à prática ato contínuo, com a abertura dos concursos para arquitetura e, depois, para a empreitada», as obras «poderia começar no início no segundo semestre de 2026».
Os trabalhos começariam com a construção do novo edifício, que estaria pronto até 2029, seguindo-se a requalificação do atual edifício do hospital, que «seria reabilitado entre 2029 e 2032», precisou José Carlos Queimado.
O projeto, acrescentou, foi desenhado para permitir o normal funcionamento do hospital em simultâneo com a realização das obras.
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