A atleta Fatoumata Diallo, formada no Clube Oriental de Pechão, estreia-se este domingo nos Jogos Olímpicos, com a participação na primeira ronda dos 400 metros barreiras, em que visa chegar pelo menos às meias-finais e bater o seu próprio recorde nacional.
«É a minha primeira vez nos Jogos. Espero ter uma boa prestação, ao menos tentar passar às meias-finais, porque ser finalista seria fantástico. Mas chegar à meia final e tentar bater outra vez o recorde nacional [54,65s], são esses os objetivos mais concretos», disse ao Sul Informação a atleta, de 24 anos, que fixou a melhor marca portuguesa no passado mês de Junho.
A corredora lusa, 27ª do “ranking” mundial, entra em ação a partir das 11h35, na primeira série das eliminatórias. Seguem para as meias-finais as três primeiras classificadas das cinco séries e as três seguintes mais rápidas, as restantes vão à repescagem.
«Estou confiante e preparada. A minha preparação foi boa. No último mês, senti-me um pouco cansada por causa das viagens, mas consegui meter isso de lado e concentrar-me em mim. Recuperei rápido», acrescenta.
Nascida na Guiné-Conacri, onde teve uma infância traumática, a barreirista mudou-se para o Algarve, no concelho de Olhão, ainda criança, e mais tarde conseguiu a nacionalidade portuguesa.
Começou a praticar atletismo como federada no Clube Oriental de Pechão, depois de ter destacado no desporto escolar.
«Na Escola Alberto Iria, fui fazer o corta-mato escolar. O Paulo Murta [treinador do COP] descobriu-me aí e perguntou-me se queria fazer atletismo. Tudo começou aí, mas em África já gostava de correr, sempre gostei de desporto», lembra a atleta.
Fatoumata Diallo destaca a importância do emblema de Pechão e do treinador olhanense na sua carreira. «Mudou muito para mim, o Murta ajudou-me muito, mostrou-me como devia fazer tudo. Devo-lhes muito», sustenta a barreirista, que na última temporada trocou o emblema de Pechão pelo Benfica.
Residente em França, onde tem toda a família, desde 2019, Fatoumata Diallo continua a manter contacto com os amigos que deixou em Pechão. «Vemo-nos quase sempre que vou a Portugal e sei que vão estar a torcer por mim», conclui.