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O temporal que, no fim de semana da Páscoa, em Março passado, fez desaparecer o areal e causou a destruição parcial dos passadiços da Praia do Forte Novo, em Quarteira, não impede que, neste Verão, se possa fazer praia neste local, apesar das condicionantes. 

O areal é mais pequeno do que em anos anteriores – o que fez com que a concessão que naquela praia labora também tivesse de ser reduzida bem como a zona de sombrinhas – e os acessos estão diferentes, mas «com todas as condições de segurança garantidas».

«Houve da parte da Câmara de Loulé e da Junta de Freguesia de Quarteira um investimento para, não só retirar o impacto da tempestade e aquele bocado de passadiço que ficou sem sustentação, como para o posicionar mais atrás e fazer os acessos à praia para que todas as condições de segurança estivessem asseguradas», revelou ao Sul Informação Carlos Carmo, vereador da Câmara de Loulé, esta sexta-feira, 12 de Julho.

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Segundo o autarca, estes trabalhos implicaram um investimento de mais de 20 mil euros, assegurado pela Câmara e pela Junta de Quarteira, e terminaram só no início deste mês, «porque foi preciso cumprir todos os processos de contratação» para os trabalhos a realizar.

Quanto às concessões que havia na Praia do Forte Novo, Carlos Carmo diz que «de duas passaram para uma, sendo que esta foi deslocalizada para estar mais acessível» e para se enquadrar no plano de areal existente (que é menor do que o que havia na mesma altura, há um ano).

 

Sul Informação
Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Em Abril passado, Óscar Ferreira, doutorado em Dinâmica Costeira e investigador do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve, admitiu ao Sul Informação as suas dúvidas em relação à época balnear que se pudesse ter naquela praia.

«Só com nova realimentação é que aquela zona pode voltar ao que era, porque não tem capacidade de reposição natural. Não sendo feita a reposição até lá – porque isso obriga a concursos, provavelmente até internacionais,  a avaliação de impacte… uma série de coisas que faz com que essa obra não se possa fazer de um dia para o outro – neste Verão aquela praia viverá com a areia que recuperar naturalmente, que será muito pouca», disse.

O mar ajudou, mas a praia só voltará a ser o que era com intervenção humana – e a destruição de Março passado não foi surpresa, pelo menos para quem conhece bem a costa algarvia.

«Há um plano de reposição [de areias] que está delineado desde 2020, mas que até agora ainda não foi efetuado. Se tivesse havido uma continuidade de reposição, isto tinha sido evitado», disse em Abril o especialista dinâmica costeira.

Quanto à areia negra que ainda é visível em algumas zonas da praia, Óscar Ferreira explicou na altura ao Sul Informação que «é tudo natural» e não se trata de poluição, mas de «minerais mais pesados» e «areias semelhantes às que existem em zonas vulcânicas, como nos Açores ou na Madeira».

 

Sul Informação
Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Na quarta-feira, 10 de Julho, Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente, enumerou, em comunicado, alguns dos investimentos no domínio da proteção do Litoral, aprovados no início do mês, sendo um deles é «a intervenção de alimentação artificial do troço Quarteira- Garrão, com um custo de cerca de 14,9 milhões de euros, cofinanciados a 85% pelo Sustentável 2030».

Ao nosso jornal, Carlos Carmo reforçou que este anúncio não é novidade e que se trata de um «investimento que já estava previsto e sobre o qual a própria Câmara de Loulé teve influência».

O vereador da autarquia louletana frisou ainda que «o estudo de impacte ambiental [desta realimentação] já foi feito e a avaliação emitida», sendo que «ficou nas mãos da Agência Portuguesa de Ambiente a continuação para abrir concurso».

«Não foi esta intempérie que definiu esta realimentação. Ela já estava prevista e, da parte da Câmara, foi tudo cedido na altura. Agora, está nas mãos da APA e do atual Governo andar com as coisas para a frente», rematou Carlos Carmo.

O Sul Informação entrou em contacto com a concessionária da Praia do Forte Novo, para tentar perceber de que forma esta destruição poderá estar a afetar o início da época balnear, mas a responsável preferiu não prestar esclarecimentos.

 

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

 

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