São Teotónio quer resolver o problema dos efetivos e do posto da GNR

Câmara Municipal de Odemira e Junta de Freguesia querem ver o problema resolvido com rapidez

Atual posto da GNR funciona em edifício da Junta de Freguesia – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

O edifício onde está instalado o posto da GNR em São Teotónio, de modo provisório «há 23 anos», pertence à Junta de Freguesia, que não recebe qualquer renda e ainda paga a água, a eletricidade e a internet para que aquela força de segurança lá possa operar.

Além disso, a GNR não faz a manutenção do edifício, nem sequer a sua pintura exterior.

Mas esse nem é o maior problema da freguesia de São Teotónio, no que diz respeito àquela força de segurança. Dário Guerreiro, presidente da Junta, aproveitou a cerimónia de abertura da FACECO, naquela vila do concelho de Odemira, para denunciar a falta de efetivos na GNR local, que afeta a segurança local.

É que São Teotónio é a maior freguesia, em população (9 mil habitantes oficiais, que na realidade rondarão os 12 mil) e em extensão geográfica, do concelho de Odemira, sendo mesmo maior que muitos concelhos, mas o posto local da Guarda Nacional Republicana apenas tem menos de metade dos 25 efetivos que devia ter.

«Não temos patrulhas da GNR para todo o território da freguesia. Às vezes, ou vêm de Odemira ou de Vila Nova de Milfontes», mas já tem acontecido que «levem mais de uma hora a chegar ao local» onde foram chamados, acrescenta Dário Guerreiro.

 

Dário Guerreiro – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

A situação do edifício cedido pela Junta à GNR desde há mais de vinte anos, é um exemplo das dificuldades que a freguesia vive. «Esse edifício tinha sido construído para ser a nova sede da Junta, mas nem o chegámos a ocupar, porque, como a GNR estava muito mal instalada, nós cedemos provisoriamente. Mas é um provisório que já dura há tempo demais», acrescentou o autarca, em declarações ao Sul Informação.

Para mais, é a Junta que paga as despesas para que a GNR possa funcionar naquele espaço. Por isso, anunciou, «até ao fim do ano quero ter esta situação resolvida».

Hélder Guerreiro, presidente da Câmara de Odemira, concorda que a freguesia de São Teotónio continua mal servida em termos de efetivos e meios da GNR. No resto do concelho, sublinhou, nomeadamente em Odemira e em Vila Nova de Milfontes, a situação melhorou muito nos últimos anos. Antes, havia «entre 80 e 85 militares no nosso território e agora estamos acima de 110».

«Genericamente, eu diria que, no concelho, o número de efetivos tem aumentado, a capacidade de acorrer às situações também, assim como o sentimento de segurança. Agora, São Teotónio tem vivido aqui uma situação particular e que precisa mesmo de ser urgentemente decidida», frisou o presidente.

«Nós, Câmara Municipal de Odemira e a Junta de Freguesia de São Teotónio, temos tentado encontrar uma solução e já disponibilizámos à GNR vários terrenos» para que seja construído um posto na freguesia.

«Salvo erro, já vamos no quarto terreno que apresentamos à GNR como possibilidade para construir um novo posto, porque é importante que se construa nesta que é a freguesia mais populosa do concelho. Mas, por esta razão ou por aquela, as nossas ofertas têm sido sempre recusadas», lamentou Hélder Guerreiro.

 

Helder Guerreiro – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

Uma das questões que tem sido invocada para não reforçar os efetivos da GNR em São Teotónio é a falta de casas para albergar os militares e as suas famílias. Mas o autarca odemirense recorda que a Câmara Municipal «está a investir em soluções de habitação não só para professores, mas também para as forças de segurança».

Ora, «se nós estamos a fazer esse investimento para que haja a facilidade destes militares se poderem fixar aqui no território», o mínimo que o Município espera é que haja abertura do Ministério da Administração Interna para resolver o problema da construção do novo posto.

«Tem de haver uma decisão», defendeu, acrescentando que «contamos pedir, muito brevemente, uma reunião ao Ministério da Administração Interna», esperando ter mais sorte nesse aspeto que com o anterior ministro, «que não nos deu nenhuma audição nos últimos tempos».

«Agora precisamos de voltar à carga. Até ao final do ano, queremos ter uma decisão clara sobre este processo».

Em Odemira, Vila Nova de Milfontes, Sabóia, Colos e mesmo em São Luís, as soluções foram encontradas. «Mas aqui em Santo Teotónio é onde parece que a coisa é mais complexa, desse ponto de vista», lamentou.

«Não quer dizer que seja má vontade do Ministério da Administração Interna, mas a verdade é que os terrenos que nós temos disponibilizado e que nos parecem solução, são no mínimo três a quatro vezes maiores do que aquilo que atualmente é ocupado pelo posto da GNR. Não sendo eu especialista na área das necessidades da GNR para um posto, parece-nos que os terrenos permitiriam facilmente fazer um novo edifício, provavelmente até o maior do concelho. Nós não vemos qual é a grande dificuldade, mas parece que há», conclui Hélder Guerreiro, presidente da Câmara de Odemira.

 

Atual posto da GNR em São Teotónio – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

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