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O livro «Parecer e Ser: Excursus Vital de D. António Paes Godinho, Bispo de Nanquim», da autoria do historiador José António Falcão, vai ser apresentado no sábado, dia 13 de Julho, às 17 horas, na Casa de Santiago, em Santiago do Cacém.

A obra será apresentada por José Eduardo Franco, diretor do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta, titular da cátedra UNESCO de Estudos Globais/CIPSH e membro da Academia Portuguesa de História.

José António Falcão, o autor – historiador de arte, museólogo e docente universitário – tem consagrado grande parte da sua atividade ao estudo e divulgação dos bens culturais do Alentejo, nomeadamente através do Festival Terras sem Sombra, que vai já na sua 20ª edição.

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A obra resulta de um profundo trabalho de investigação que traz para a ribalta uma das mais influentes personalidades do Portugal do tempo de D. João V.

Recusando o aparato mundano dos prelados do seu tempo, o Bispo de Nanquim levou a cabo uma discreta, mas eficaz ação evangelizadora e influenciou também as relações com a China, entre muitos outros traços que contribuíram para lhe perpetuar a memória entre os contemporâneos.

Curiosamente, foi D. António Paes Godinho quem difundiu a laranja-da-china e trouxe os chineses para o Alentejo.

José António Falcão confessa que desde há muito a misteriosa figura de D. António Paes Godinho o intrigava, «um bispo de Nanquim que as circunstâncias da política internacional do tempo do imperador Kangxi impediram de chegar à China, mas que trouxe o Extremo-Oriente até ao Alentejo».

Sublinha que se trata «de uma personalidade quase mítica da história de terras como Santiago do Cacém, Viana do Alentejo ou Mafra, para não falar da aldeia onde nasceu, Santa Luzia, hoje no concelho de Ourique; no entanto, a sua existência foi bem palpável e deixou fortes marcas».

Grande parte dessa aura «deve-se ao facto de ter sido membro destacado de um movimento espiritual radical, profundamente reformador, a Jacobeia, que assumiu as rédeas do poder no tempo de D. João V e foi depois objeto de perseguição por parte do Marquês de Pombal». E acrescenta: «D. António Paes Godinho manteve, afinal, mesmo nas mais altas instâncias, a sua maneira de ser como alentejano de lei».

Na atmosfera de luzes e sombras da corte joanina, Paes Godinho foi alguém que se manteve à margem dos jogos políticos e conquistou a estima do rei, mas, como realça o autor, «nunca quis outra coisa senão poder estar, em recato, nesse Alentejo onde estavam as suas raízes».

Quanto à região do Alentejo, a memória do bispo de Nanquim está sobretudo associada à introdução da laranja-da-china e de outras espécies exóticas, que a tradição diz ter mandado vir da China continental, através de Macau, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da hortifruticultura e do paisagismo em Portugal. É célebre o jardim que fez plantar na sua quinta dos Olhos Bolidos, em Santiago do Cacém.

Por outro lado, afirma também a tradição que, nunca tendo podido chegar a Nanquim – esteve quatro vezes a ponto de embarcar, mas jamais chegou a autorização para partir –, fez vir das distantes paragens chinesas algumas dezenas de seminaristas, que concluíram os estudos eclesiásticos no seu paço.

O livro foi lançado pela ORIK – Associação de Defesa do Património de Ourique.

Com um conjunto alargado de apoios institucionais – onde sobressai o Alto Patrocínio do Presidente da República – e empresariais, a obra, refere o editor, «traz para a luz do dia uma personalidade que nasceu na antiga freguesia de Santa Luzia, foi designado bispo de uma remota região da China, em 1716, e teve papel central na corte do rei D. João V e na sagração da basílica de Mafra».

Quem quiser adquirir a obra, deverá contactar através do blogue da ORIK: associacao-orik.blogspot.com, onde o livro está à venda.

 

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