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Depois de cinco anos de interregno, o Festival Literário Internacional de Querença (FLIQ) vai regressar em 2025 – e a escritora Lídia Jorge será a homenageada. O anúncio foi feito no sábado, 6 de Julho, na apresentação do catálogo do FLIQ 2019, que homenageou Nuno Júdice e decorreu na Fundação Manuel Viegas Guerreiro. 

«O FLIQ é uma das atividades mais emblemáticas da Fundação e nós queremos reassumi-lo como ele foi pensado pelo engenheiro Luís Guerreiro no passado. Luís Guerreiro faleceu em 2017, mas o FLIQ foi retomado em 2018 e também em 2019, até que veio a pandemia e deu esta intermitência até 2022. Depois, houve também mudanças no conselho de administração, que tomou posse no início deste ano, e isso fez com que esta iniciativa de grande envergadura tivesse de ser pensada e desenhada com uma estabilidade de órgãos socias – e 2025 é o ano ideal para este evento regressar», afirmou ao Sul Informação João Manuel da Silva Miguel, atual presidente da Fundação.

Foi também por João Miguel que se ficou a saber que Lídia Jorge será a próxima homenageada.

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«Lídia Jorge é uma das nossas escritoras maiores, a nível regional, do país, mas também do mundo e, por isso, pensámos que seria a referência crucial e maior para homenagearmos», frisou o presidente da Fundação, revelando que o programa está a ser acertado para o primeiro semestre do ano que vem.

Tal como nas edições anteriores (2016, 2017 e 2018), também o FLIQ 2019 teve direito ao seu catálogo, que só foi apresentado no sábado, durante uma sessão evocativa a Nuno Júdice, que morreu em Março deste ano.

 

Sul Informação
Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

O encontro lembrou o ensaísta, poeta, ficcionista e professor universitário português, natural da Mexilhoeira Grande, e teve como ponto alto a leitura do ensaio “Nuno Júdice – A Constelação Perfeita”, pela escritora Lídia Jorge.

Nas palavras de João Miguel, «esta foi a forma de trazermos o Nuno Júdice, que foi a pessoa homenageada no FLIQ de 2019, para a ribalta» e de «fazer uma viagem pelo percurso de todos os autores que participaram no festival, que tem uma dimensão de Estudos Gerais Livres, das pessoas e das gentes e dos livros, leituras e escritas».

O presidente da fundação não deixa de lamentar que esta iniciativa não tenha acontecido «em vida de Nuno Júdice», mas revela que o escritor teve oportunidade de ver o catálogo finalizado em maquete.

Para Lídia Jorge, esta homenagem foi mais do que merecida e «é apenas o início de muitas».

«Nuno Júdice deixou-nos oficialmente, mas a obra é imensa e, como se vê, entusiasma as pessoas. É uma poesia que, como penso que é consistente e inovadora, perdurará e um dia será um clássico», disse Lídia Jorge ao Sul Informação, à margem desta cerimónia.

«Esta homenagem é apenas o início de muitas que ele vai ter e sobretudo que se vai traduzir em leitura profunda da obra dele, porque ele é um humanista, é um homem de relação humana entre as pessoas, e a poesia dele tem uma temperatura estética muito alta. Além disso, é hoje o nosso poeta mais internacional, que tem prémios em toda a parte do mundo e talvez ainda não consigamos avaliar o valor que ele tem», continuou.

 

Sul Informação
Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Quanto ao regresso do Festival Literário Internacional de Querença, em 2025, a escritora frisou que esta é uma iniciativa «que está sempre em prova», dado que «a população algarvia faz grande resistência a qualquer coisa deste tipo».

«Até aqui, tem sido um sucesso e, por isso, o que espero é que, ao retomar, isso continue e consiga chamar pessoas para o interior – esse é o grande problema. Se isso for possível, irá certamente continuar, porque a ideia é muito interessante, principalmente se houver aqui mais nas redondezas pessoas locais que se interessem e não só os nómadas».

Questionada pelo Sul Informação sobre como se sente por saber que será a homenageada da próxima edição, Lídia Jorge fala num «tempo que passa».

«Até agora, eu dizia sempre que não aceitava, mas agora não tenho outro remédio e vou aceitar. Espero que isso, ao ser feito, seja uma festa em que eu possa dar alguma coisa às pessoas. Penso mais naquilo que uma obra pode dar às pessoas do que propriamente aquilo que me faça a mim mesma. Portanto, se os meus livros merecerem, se, ao lê-los, as pessoas acharem que têm interesse, eu vou agradecer», rematou.

A cerimónia de sábado contou ainda com um momento musical, por Helena Madeira, leitura de nota biográfica de Nuno Júdice e da sua poesia, por Ricardo Marques, apresentação do livro-catálogo Festival Literário Internacional de Querença: Catálogo 2019, por Patrícia de Jesus Palma, e o descerrar da placa com um poema de Nuno Júdice, num banco da Praça da Fundação, pelos netos e mulher do escritor.

 

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

 

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