«Este será o ano em que temos mais pessoas na FACECO, acima das 40 mil», disse Hélder Guerreiro, presidente da Câmara de Odemira, na conferência de imprensa de balanço final da feira, que ontem terminou em São Teotónio.
Na primeira noite, a de sexta-feira, que contou com Ana Bacalhau como estrela do cartaz musical, o recinto já esteve cheio, mas, na noite de sábado, o certame ficou tão cheio que o trânsito pedonal na ponte que liga os dois recintos, sobre a rua de entrada em São Teotónio, teve de ser regulado e foi preciso abrir uma entrada suplementar para dar vazão a todos quantos queriam ir ver e ouvir Luís Trigacheiro, passear pela feira ou fazer compras.
No sábado à noite, anunciou o autarca, estiveram «mais 20% de pessoas» que na sexta-feira. E ontem, domingo, esperava-se nova enchente.
Apesar de a «pressão sobre os serviços e as estruturas e infraestruturas da FACECO» ter sido, por isso, maior, «pareceu-nos que correu tudo bastante bem, no aspeto da segurança, da forma como as pessoas estiveram no recinto durante os dias e as noites», acrescentou.
Ontem à tarde, ainda com a Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira a decorrer, Hélder Guerreiro dizia que lhe faltava «dar uma volta para perceber, com os expositores, se as coisas correram bem». É que, sublinhou, «às vezes, o fluxo maior pessoas nem sempre significa mais contactos, mais negócios, e isso era uma das coisas de que nós gostávamos de ter a perceção».

Quanto ao cartaz musical, o presidente da Câmara assegurou que essa nem é «a primeira questão» quando se pensa na organização da FACECO. «A nossa primeira questão é ter um espaço físico com qualidade, de que as pessoas gostem e onde se sintam bem».
«Nunca conseguimos agradar a todos, por mais que queiramos, há sempre uns que preferiam uma coisa, outros que preferiam outra, mas é engraçado chegar lá acima e ver que uns estão de costas para o concerto, outros estão a conversar, outros atentos aos espetáculos. Há uma espécie de banda sonora boa», ao som da qual «muita gente está a beber um copo, a conversar, a conviver, e no dia a seguir dizem: “olha, foi espetacular ontem à noite em São Teotónio, na FACECO. Quem é que tocou? Olha, não sei bem, mas acho que aquilo até era porreiro”», brincou Hélder Guerreiro.
Além do palco principal, onde passam os nomes nacionais, há mais dois palcos na feira, muitas vezes com atuações em simultâneo, onde se apresentam os nomes locais. «Também damos muito valor àquilo que vai acontecendo nos outros palcos, ou seja, aquilo que é a produção local», comentou.
Este ano, até houve uma novidade, que foi a apresentação dos Moços da Vila, que «acabam por ser já uns superstars locais, que estão já a mobilizar muita gente».
«Para nós é muito agradável perceber que há muitos jovens, além da Mariana [Martins, natural de São Teotónio, que é primeira mulher licenciada em Guitarra Portuguesa], que estudaram no Ensino Articulado de Música» em Odemira, e agora começam a ser conhecidos pelo seu trabalho. «Às vezes, já quase nem nos lembramos do investimento em políticas públicas que fazemos e depois dos resultados que, efetivamente, esse investimento vai ter».
No futuro, espera o presidente da Câmara, haverá muito mais odemirenses na área da cultura «a fazerem coisas boas. E um dia vão subir ao palco principal, que aí é o que nós também os queremos ver».

Tendo tido 278 expositores em toda a feira, um dos setores que está já consolidado e que até esteve na génese da FACECO, há mais de 30 anos, é o dedicado à raça bovina Limousine, que tem grande implantação no concelho de Odemira, em todo o Alentejo Litoral, mas que agora já tem, como salientou o autarca, expansão em todo o país.
«O berço da raça em Portugal será sempre Odemira», mas agora a criação destes animais, cujos concursos nacionais têm lugar na FACECO, alargou-se a outros pontos do país: «tivemos criadores que vieram do Sabugal, de Penafiel, de muitos sítios, que trouxeram os seus animais ao concurso nacional».
Além disso, pela FACECO já passaram pelo menos duas gerações de criadores de vacas da raça Limousine. «Primeiro vieram os pais, agora são os filhos, que já são os responsáveis pelas suas explorações agrícolas e que continuam esse trabalho. E assim vai-se criando uma espécie de lendas da vaca limousine em Portugal».
Novidade na edição deste ano foi o lançamento da aplicação FACECO, que continha todas as informações sobre o certame, os espaços, os expositores, o programa, as pequenas alterações do dia a dia.
Hélder Guerreiro explicou que «nós já tínhamos feito um primeiro teste com uma app no “Abril em Odemira” e agora experimentámos com a FACECO e parece-me que até é bastante interessante para o espaço, ajuda as pessoas a conhecerem, de facto, os expositores».
«Foi um grande trabalho do Gabinete de Comunicação [da Câmara de Odemira] podermos ter, em tempo recorde, esta app pronta», elogiou. Dados de sábado indicavam que «já mais de 400 pessoas tinham feito o download da app».
«Eu próprio usei várias vezes e aquilo funciona, é fiável», garantiu o autarca odemirense, concluindo: «é uma experiência que é para manter, claramente, e para podermos até alargar a outras iniciativas».
