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Cientistas do Departamento de Engenharia de Recursos Minerais e Energéticos (DER) do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, propõem-se a criar um sistema de monitorização e gestão das águas subterrâneas do Algarve e já chegaram a um principio de acordo com entidades regionais para troca de informações e identificação de fontes de financiamento.

Na sexta-feira, dia 12, cientistas do Técnico reuniram-se com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento (CCDR) do Algarve e com a Administração da Região Hidrográfica do Algarve da Agência Portuguesa do Ambiente (ARH Algarve -APA) e disponibilizaram-se «a montar um sistema que fornecerá evidências científicas para apoiar a gestão técnica das águas subterrâneas  algarvias», segundo o DER.

No seguimento deste encontro, as diferentes entidades «vão trocar informação com vista à criação de um sistema de monitorização e de ajuda à decisão dos aquíferos da região com recurso à Inteligência Artificial (IA)».

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Este será capaz de, «em poucos anos”», fornecer «elementos de elevada precisão» para suportar decisões técnicas sobre utilização da água que seja necessário tomar no futuro.

A proposta do DER, que já tinha sido enviada esta proposta as entidades regionais em Abril, prevê «construir um conjunto de ferramentas e de metodologias de ajuda à decisão sobre a gestão de água subterrânea» e gerir, este conjunto de ferramentas, em colaboração com as entidades regionais.

«O sistema de suporte à decisão que o DER propõe criar permitirá que, em poucos anos, a entidades responsáveis pela gestão da água possam passar a basear as suas decisões estratégicas, quer de utilização da água, quer de medidas ou intervenções que a protejam, num conjunto de evidências científicas mais alargadas e em previsões com menos incerteza sobre a sua evolução ao longo do tempo», afirmou Leonardo Azevedo, professor e investigador, que também participou na reunião.

No final do encontro, o DER comprometeu-se a enviar à ARH Algarve – APA e à CCDRA exemplos de projetos na área que tem desenvolvido em Portugal e na Europa. A APA, por seu lado, irá enviar informação sobre os instrumentos de monitorização de que já dispõe, e os que irão entrar em funcionamento, para que o DER possa identificar, com precisão, a melhor forma de acrescentar valor com novos instrumentos de apoio à decisão. As três entidades irão também estudar fontes de financiamento com fundos europeus para o projeto.

Para montar um sistema de apoio à decisão técnica das entidades do Estado e à decisão política de governantes e autarcas, os engenheiros de recursos minerais do Instituto Superior Técnico «propõem-se construir um conjunto de ferramentas e de metodologias computacionais. Estas começam pela instalação de sistemas de monitorização de alta resolução temporal e de transmissão de dados, assim como pela recolha e tratamento de todos os dados disponíveis sobre o comportamento do aquífero nas últimas décadas, para análise de tendências espácio-temporais».

Segundo a proposta, será feita a modelação numérica dos sistemas subterrâneos para previsão do comportamento do fluído no interior do aquífero, desenvolvendo «metodologias de aprendizagem profunda que reproduzam o comportamento espaciotemporal do aquífero para que seja possível a previsão deste comportamento com baixos custos computacionais».

A seguir será desenvolvida uma ferramenta web de suporte à decisão tendo em conta os dados reais e a resposta do sistema às alterações climáticas e modelos de gestão.

«Após os primeiros anos do projeto, as vossas entidades passarão a ter acesso a um sistema de ferramentas e a modelos computacionais, que, não só serão simples de utilizar, mas terão também capacidade para fornecer elementos de elevada precisão que irão permitir avaliar o impacto de cada medida ao longo do tempo, no contexto dos efeitos produzidos pela crise climática», lê-se na proposta do DER.

Docentes do DER e do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA) «têm desenvolvido com sucesso este tipo de metodologias, com destaque para a recente participação no projeto europeu InTheMed, um esforço pan-mediterrânico com outras instituições de investigação e desenvolvimento do Sul da Europa e do Norte de África. No âmbito desse projeto, foram desenvolvidos conjuntos de ferramentas para que as entidades locais de gestão de recursos hídricos possam avaliar o impacto da exploração deste recurso ao longo do tempo».

 

 



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