O Teatro de Palha, da Lavrar o Mar, arranca já no próximo fim-de-semana e traz uma programação nacional e internacional de cinema, dança, fotografia, música, teatro, novo circo, teatro de objectos e marionetas e DJ Set para ser desfrutada num ambiente descontraído e poético. De 22 de junho a 21 de julho, durante cinco fins-de-semana consecutivos, todos os caminhos vão dar ao Parque Industrial da Feiteirinha, em Aljezur.
O Teatro de Palha, que está na sua terceira edição, está, neste momento, a ser construído com a cumplicidade de um grupo de agricultores locais e a mestria do arquiteto Pedro Quintela que, este ano, desenhou uma nova forma para este Teatro feito de fardos de palha.
Desta vez, Pedro Quintela inspirou-se no ambiente dinâmico da planície do estuário de uma praia, garantindo que o Teatro de Palha não é apenas um espaço de apresentação de espetáculos, mas uma experiência em si.

Depois de duas edições, o Teatro de Palha ergue-se, de novo, para ser lugar de resistência e de liberdade, de humanidade e de felicidade.
“Traz com ele uma programação nacional e internacional que, mesmo sendo apresentada e desfrutada numa gigante casa dourada pelo sol e sob um céu escuro repleto de estrelas, procura lembrar as emergências que assolam tanto o mundo, como a nossa condição humana e que é impreterível manter presentes no pensamento e na acção”, explicam Madalena Victorino e Giacomo Scalisi, directores artísticos da Lavrar o Mar.
O Teatro de Palha arranca já no próximo fim-de-semana, com a companhia francesa de novo circo Les Filles du Renard Pâle, que no sábado, 22 de junho, às 21h30, apresenta “Résiste”, uma metáfora da vida em forma de travessia funâmbula.
Segue-se Big Lebowski DJ Set, com o DJ Marco Bocci que, este ano será o DJ residente do Teatro de Palha, marcando presença em todas as noites.

No domingo, 23 de junho, a partir das 18h00, a banda de Aljezur, Yemadas Quarteto, toma conta do Teatro de Palha e, às 21h30, arranca o ciclo de cinema, que teve a curadoria de Candela Varas, diretora do Cineclube de Tavira, com a exibição do filme “O mal não está aqui”, do realizador japonês Ryûsuke Hamaguchi, uma alegoria sobre o preço que pagamos por desrespeitar a natureza.
Como já é tradição, para fechar a noite haverá um DJ Set especial inspirado na história de Takumi e da sua filha Hana, que será projetada nas paredes do Teatro de Palha.
Mas haverá muito mais para ver até 21 de Julho. O ciclo de cinema continuará com a exibição de mais cinco premiados filmes internacionais relacionados com a emergência climática, mas também com o feminismo, questões de género e a sobrevivência da humanidade, tais como “A Flor do Buriti” (30 Junho), de João Salaviza e Renée Nader Messora, “Céu em Chamas” (07 Julho), de Christian Petzold, “20.000 espécies de abelhas” (10 Julho), de Estibaliz Urresola Solaguren, “O Rapaz e a Garça” (14 Julho), de Hayao Miyazaki e “A irmandade da sauna” (18 Julho), de Anna Hints.
Da Bélgica, chega a companhia Tof Théâtre com “Melting Tof”, um programa de uma noite composto por uma mistura alegre de duas peças curtas de teatro de objetos e marionetas ligadas por um DJ Set cintilante, que desperta para toda a vitalidade que há na velhice. Acontece a 19 de Julho e repete-se a 20, pelas 21h30.

Em sintonia com os tempos atuais, o Teatro de Palha é ocupado pelas companhias de teatro portuguesas Formiga Atómica e Hotel Europa e os seus espetáculos sobre a crise climática que enfrentamos, “Terminal (O Estado do Mundo” (28 e 29 de Junho) e “Urgência Climática” (05 e 06 de Julho), respetivamente.
O teatro recebe ainda “Muda” (12 e 13 de Julho), a nova criação que resulta da parceria da Companhia Clara Andermatt e do INAC – Instituto Nacional das Artes do Circo, e que cruza o novo circo, a dança, e a estética do cinema mudo.
Também os portugueses Club Makumba (21 de Julho) marcarão presença no Teatro de Palha deste ano, com o seu mais recente trabalho, uma viagem de fusão pelas sonoridades do Mediterrâneo e pela África imaginada.
Além da programação artística que pode ser desfrutada ao longo dos próximos cinco fins-de-semana consecutivos, o Teatro de Palha pode ser visitado gratuitamente em qualquer dia da semana, entre as 10h30 e as 18h00, sempre na companhia de um dos elementos da equipa da Lavrar o Mar.
Em permanência, pode lá ser vista a exposição “Menos que nada não é igual a tudo”, do fotógrafo João Mariano, que nos desafia, sobretudo, a estar conscientes do que não vemos.
O programa detalhado está disponível em no site da cooperativa Lavrar o Mar, onde pode também comprar os bilhetes, cujos preços variam consoante o espectáculo.