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Combater o desperdício alimentar, resgatando os excedentes para ajudar quem mais precisa: uma ideia que, a muitos, deve parecer «tão simples e básica, mas ao mesmo tempo tão genial». Este é o principal objetivo da Refood, que nasceu há mais de 10 anos, em Lisboa, mas que rapidamente chegou a outros pontos do país, como Portimão, onde recentemente foi inaugurado um centro físico de operações.

É na Rua da Hortinha, num espaço cedido pela Santa Casa da Misericórdia de Portimão, que os 55 voluntários da Refood têm agora mais condições para acondicionar e embalar a comida que recolhem dos parceiros e depois entregá-la às famílias necessitadas. Aqui, tudo foi doado, desde os frigoríficos às embalagens.

O caminho da Refood Portimão começou a ser trilhado em 2017, quando um grupo de cerca de meia dúzia de pessoas se juntou para ajudar quem mais precisava na cidade. Dois anos depois, nasceu o núcleo.

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«Até aqui, como ainda não tínhamos o centro de operações, nós recolhíamos e entregávamos diretamente às famílias em pontos de encontro combinados. Agora, vamos trazer as coisas para aqui e será aqui recolhida pelas famílias», explica Catarina Martins, uma das coordenadoras da Refood Portimão.

Envolvida no projeto desde o início, a voluntária de 33 anos, farmacêutica de profissão, conta ao Sul Informação que toda esta iniciativa de resgate de comida que ia para o lixo para entregar a famílias que não têm o que comer sempre a fascinou. Tanto que, em 2022, se despediu e começou a trabalhar para a Too Good To Go, como gestora de conta, uma aplicação que liga os clientes a restaurantes e lojas que tenham excedentes alimentares não vendidos.

Este é, assim, o trabalho que concilia com o voluntariado na Refood.

 

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Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

«Neste momento, nós ajudamos 160 pessoas, mas temos mais de uma dezena de famílias em lista de espera, lista que tem aumentado sempre desde 2022. Até aqui, estávamos limitados nos nossos parceiros, porque, com a operação que tínhamos montado, não conseguiamos expandir. A partir de agora, temos melhores condições para receber mais parceiros  e também já estamos a fazer contactos nesse sentido. Portanto, algum estabelecimento que tenha excedente pode sempre falar connosco», frisa Catarina Martins.

E quem procura este tipo de ajuda?

Questionada pelo Sul Informação, Catarina revela que «o número de pedidos de ajuda nunca foi tão grande» e que, atualmente, há muitas famílias imigrantes a precisar, mas também pessoas idosas que não têm apoio, e famílias monoparentais.

«O nosso objetivo é também reabilitar de alguma forma essas pessoas, porque quem tem de se preocupar com insegurança alimentar também não vai estar capaz de fazer outras coisas. Já temos algumas situações de sucesso, pessoas que conseguiram, graças ao nosso apoio, voltar ao trabalho, garantir que as crianças estudam. E aqui estamos também em contacto com outras instituições para uma rede de apoio integrada», diz.

Neste momento, a Refood Portimão conta com voluntários entre os 12 e os 86 anos.

«Há sempre pais que trazem os filhos e é muito bom ver esta dinâmica, mas, como o nosso trabalho é 100% voluntário, estamos sempre a precisar de mais pessoas».

Atualmente, a Refood Portimão conta com cinco parceiros: Continente, Aldi, Mel e Canela, de duas localizações, e Food & Company, mas Catarina diz que já está também a ser feito um trabalho para arranjar mais, para que seja possível responder à lista de espera de apoiados.

 

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Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Para quem estiver interessado em apoiar (como parceiro, voluntário ou com algumas doações), Catarina explica que basta entrar em contacto através das redes sociais, para que lhe seja explicado como tudo se processa.

Também o Município de Portimão já se disponibilizou para ajudar com «algum material que falta».

«Isto fica no primeiro andar e, por isso, uma das coisas que estamos a ver com a Câmara é um monta cargas que nos ajude a elevar os produtos aqui para cima. Outra coisa que ainda não temos, e dava muito jeito, é um transporte próprio, porque nós não temos carrinha e todas as coisas que vamos buscar tem de ser nos nossos carros. Precisamos também de uma máquina de lavar industrial, para desinfetar os recipientes».

Em relação aos voluntários, frisa que, «apesar de este ser um compromisso», há total liberdade para que cada um defina os dias e horários em que pode ajudar.

«Semanalmente, são feitas escalas consoante as disponibilidades de cada pessoa e é assim que nos organizamos», continua.

No Algarve, a Refood tem núcleos em Albufeira, Almancil, Faro, Lagos, Portimão, Tavira, Vila Real de Santo António e, em breve, Olhão.

 

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

 

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