Uma homenagem a Filipe Viegas, antigo presidente da Junta, mas também o avanço de obras como o antigo Casino, cuja empreitada já foi adjudicada, o Mercado Municipal – em fase de candidaturas – e do Centro de Educação e Cultura que tem projeto concluído. Estes foram os marcos da cerimónia comemorativa dos 25 anos de elevação de Quarteira a cidade, que teve lugar esta segunda-feira, 13 de Maio.
Filipe Viegas era o autarca de Quarteira quando, em 1999, a antiga vila piscatória subiu ao estatuto de cidade.
Foi presidente desta Junta no mandato de 1998-2001, período em que foi criada na freguesia uma das mais importantes infraestruturas para esta comunidade piscatória: o Porto de Pesca de Quarteira.
«O Filipe foi essa personalidade incontornável. Era um homem genuíno e muito simples, mas, ao mesmo tempo, com uma grande generosidade e gosto em trabalhar para a comunidade, para a sua terra querida que era Quarteira», disse Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé.
Quanto aos desafios que se colocam, o autarca falou dos três principais investimentos: o antigo Casino, cuja obra já foi adjudicada, e que vai ser recuperado e «devolvido» à população, de acordo com «o que os quarteirenses pediram», o Mercado Municipal, que será «uma obra tremenda, em termos de dimensão e de valências», neste momento em fase de candidaturas, e o Centro de Educação e Cultura de Quarteira, onde se irá integrar «a primeira Escola de Dança de ensino público no Sul», junto à Avenida Papa Francisco, que tem já o projeto concluído.
«Mais escolas e mais habitação» em Quarteira constituem também prioridades para o executivo municipal. O autarca anunciou que será adquirido um terreno em frente ao Cemitério onde serão construídos 56 novos fogos.
Este foi também um dia de celebração das pessoas, «os quarteirenses cá nascidos e criados, e todos aqueles que vieram e se apaixonaram por esta terra à beira-mar e que contribuíram para o nosso crescimento», disse Telmo Pinto, presidente da Junta de Freguesia.
Durante esta manhã vários testemunhos da comunidade vieram falar sobre o que tem sido este quarto de século de vida da jovem cidade: Sofia Correia, funcionária da Junta há cerca de 30 anos, Álvaro Bota, pescador, José Brás, enfermeiro, Fernando Romão, atleta, Rosa Nogueira, vendedora imobiliária, e Isabel Pinto, presidente do Grupo Coral e do Banco do Tempo.
«Hoje comemoramos 25 anos como cidade e tudo isto só foi possível graças às pessoas, as pessoas fazem e são a nossa comunidade e devem ser sempre a nossa prioridade», sublinhou Telmo Pinto.
Este responsável destacou o trabalho em rede e de proximidade que tem permitido «melhores condições a toda a comunidade». Mais do que a obra física, a aposta foi «a obra humana». Desde Agosto de 2022 e até ao dia de hoje, face às competências da Junta, foram realizados mais de 53 mil atendimentos «que mudaram a vida das pessoas».
E o que se pretende para o futuro? «Uma cidade que ligue gerações, que recorde o passado, viva o presente e tenha condições dignas para garantir o futuro. Uma cidade onde o processo de decisão esteja aliado à comunidade. Uma cidade ambiciosa e que continue a ser referência», sublinhou o presidente da Junta de Freguesia.
Já o presidente da Câmara de Loulé Vítor Aleixo falou da História desta terra que remonta há mais de 6 mil anos, «muito antes do turismo, um fenómeno recente e que trouxe mudanças mais rápidas».
«Quarteira tem evoluído bem porque, após um período de transformação muito rápida, condicionada por uma turbulência histórica do país, afirmou-se. Mas se Quarteira está bem é porque ainda fomos a tempo de corrigir o que estava mal», lembrou o edil.
Apesar de considerar que «esta é uma terra muito cobiçada», referiu que tem sido necessário tomar «decisões corajosas» para evitar que, por exemplo, o espaço onde se realiza o mercado das frutas ou um outro, onde se encontra o Parque de Campismo, se transformassem em espaços densamente urbanizados.
«Se o desenvolvimento não for sustentável, feito com equilíbrio, e se não houver coragem política de dizer não a muitas coisas, mais à frente irá resultar em prejuízo para todos», notou.
Recordou ainda algumas pessoas importantes para esta terra, como Filipe Viegas, Bota Espadinha, Álvaro Bota, Joaquim Vairinhos, Hélder Rita, Mendes Bota, a Família Pontes, entre outros, pessoas que são «a memória viva de Quarteira».