Não importa o tamanho da bolsa, nem sequer a intenção de consumir mais ou menos – ou mesmo nada. A Festa da Ria Formosa volta ao Largo de S. Francisco, em Faro, de 25 de Julho a 4 de Agosto, sempre com o mesmo espírito: entrada livre e marisco com preços acessíveis ao maior número de carteiras possível, servido pelos sócios da Vivmar – Associação de Viveiristas e Mariscadores da Ria Formosa.
«Este é um evento para todas as bolsas. Por isso é que nós fazemos questão e lutamos para que seja sempre de entrada livre. Todas as famílias têm o direito de vir com os filhos, com os netos, entrar e consumir, se puderem consumir. Se não puderem, não precisam de consumir nada. Venham visitar-nos: são todos bem-vindos», convidou Álvaro Ribeiro, presidente da Vivmar.
É que o marisco, apesar de ser o principal atrativo da festa, não é o único motivo para ir a este festival. Também há muita animação, com artistas «locais, de Faro ou do Algarve», mas também alguns nomes conhecidos da música popular, a nível nacional.
É o caso de Rosinha, Sérgio Rossi, Jorge Guerreiro e Micaela, os nomes mais conhecidos do cartaz.

Álvaro Ribeiro e Carlos Silvestre, este segundo presidente da Assembleia Geral da Vivmar, foram os rostos da associação na apresentação do evento, que teve lugar na quinta-feira, dia 9, na Vila-Adentro de Faro e também contou com a presença de Rogério Bacalhau, presidente da autarquia.
Os dois elementos dos órgãos sociais fazem parte de uma nova geração de dirigentes, que pegaram na Vivmar num muito difícil, após a pandemia, que impediu esta festa, um momento importante para a economia da associação e dos seus associados, de se realizar entre 2020 e 2022.
O ano passado, o evento voltou a realizar-se, mas, confessa Carlos Silvestre, com menor sucesso do que em anos anteriores.
«O ano passado foi um bocadinho abaixo da média, viemos de uma recuperação, de uma pandemia, mas este ano esperamos muita gente que nos venha visitar», disse, apontando para «um total de 120 a 130 mil pessoas no conjunto dos dias».
O recinto tem uma capacidade instalada para mais de três mil pessoas sentadas à mesa, em simultâneo, mas o número de visitantes é sempre muito superior, até porque há «rotatividade».
«Temos uma equipa sempre a limpar as mesas, a reservar. Por isso é que durante a noite roda muita gente por aquelas mesas», explicam os dois responsáveis.

Esta equipa, à semelhança das que estão nos diferentes stands, é composta por “prata da casa”, uma vez que esta é uma festa dos mariscadores e viveiristas e suas famílias para a cidade.
«Todos os stands são dinamizados pelos sócios da Vivmar. Nós começámos assim e, até conseguirmos, vamos continuar a não pôr restaurantes nem outras pessoas. Esta festa é para defender os interesses dos mariscadores da ria e é uma oportunidade que as pessoas têm uma vez por ano para escoar o produto, mas também para demonstrar às pessoas que cá vêm a qualidade que o marisco desta ria tem, que é única no mundo. Não há ria tão produtiva a nível de espécies diferentes de marisco, peixe, o que for, como esta aqui», diz Carlos Silvestre.
Rogério Bacalhau, por seu lado, elogiou o esforço da nova direção na recuperação desta festa, após a pandemia, e mostrou-se confiante que «este ano será ainda melhor do que em 2023».
«Este festival mostra aquilo que Faro tem de melhor, que é a Ria Formosa, e já começa a ganhar grande notoriedade», concluiu o presidente da Câmara de Faro.