O poeta e ficcionista algarvio Casimiro de Brito morreu esta quinta-feira, 16 de Maio, aos 86 anos, em Braga.
Nascido em Loulé em 1938, Casimiro de Brito morava no Minho desde 2020 e morreu de causas naturais, segundo disse a filha à agência Lusa.
Com mais de meia centena de obras editadas, começou a publicar em 1955 reunindo uma vasta obra de poesia, romance, ensaio e fragmentos, editada em português e em trinta outras línguas, estando incluído em mais de 200 antologias em Portugal e no estrangeiro.
Criou no jornal A Voz de Loulé uma página literária designada Prisma de Cristal, na qual colaboraram nomes como António Ramos Rosa, Gastão Cruz e Maria Rosa Colaço.
Dirigiu, ainda em Faro, a coleção de poesia “A Palavra”, bem como diversas revistas literárias, entre as quais os Cadernos do Meio-Dia, com António Ramos Rosa, publicação onde se revelaram os poetas do movimento literário “Poesia 61”, que Casimiro de Brito integrou, ao lado de Fiama Hasse Pais Brandão, Gastão Cruz, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta.
Ao longo da sua carreira literária foi distinguido com vários prémios, entre o quais o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro “Labyrinthus” (1981), o Prémio Versilia, de Viareggio, para a Melhor Obra Completa Estrangeira, por “Ode & Ceia” (1985), o Prémio de Poesia do P.E.N. Clube, pelo livro “Opus Affettuoso seguido de Última Núpcia” (1997).
Foi nomeado Embaixador Mundial da Paz (Zurique) e, em 2008, foi agraciado com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique da República Portuguesa.
Exerceu funções como vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores e presidente do P.E.N. Clube Português assim como da Association Européenne pour la Promotion de la Poésie, e desenvolveu, durante boa parte da vida, uma intensa atividade como divulgador da poesia.
Dalila Rodrigues, ministra da Cultura, já lamentou a morte do poeta algarvio. O corpo de Casimiro de Brito vai estar em câmara ardente, no sábado, das 9h30 às 11h30, no Cemitério de Montes Claros (Braga).