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O Malhão é, depois da Quintã, a segunda localidade do concelho de Loulé a ter concluído um “Condomínio de Aldeia”, projeto que nasce de uma candidatura ao Fundo Ambiental, sob a égide da transformação da paisagem nos territórios florestais vulneráveis.

Foram intervencionados 36 hectares à volta do aglomerado rural, «permitindo criar uma maior resiliência da comunidade aos incêndios rurais, assim como vitalizar e apoiar os habitats naturais e a floresta autóctone da região», salienta a Câmara de Loulé.

Nesta parcela de terreno, foram plantadas 1900 árvores e arbustos. Como explicou a técnica do Serviço de Proteção Civil da autarquia, Maria de Deus Domingos, as ações levadas a cabo passaram pela «limpeza e plantação de novas espécies, o adensamento com medronheiros, oliveiras e figueiras, e, numa outra área, foi realizada apenas a beneficiação, a marcação dos sobreiros e das azinheiras existentes».

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Todos os trabalhos tiveram o acordo dos proprietários, já que, como salientou Patrícia Cruz, do Gabinete Técnico Florestal do Município, «estas intervenções foram sempre discutidas e avaliadas juntamente com os proprietários, tendo em conta que estamos perante áreas totalmente privadas».

Nos próximos cinco anos, os serviços camarários terão a incumbência de fazer a manutenção desta área, nomeadamente ao nível da rega e tratamento das árvores.

O investimento na criação deste “Condomínio de Aldeia” foi de perto de 42 mil euros. No entanto, esta candidatura ao Fundo Ambiental, inscrito no PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, englobou o projeto em Vale Maria Dias, ainda em fase de implantação, com um valor que ronda os 76 mil euros.

Tal como a Quintã, estes dois “Condomínios” localizam-se na freguesia de Salir, a única do concelho de Loulé que reúne as características, em termos de ordenamento do território e nível de risco de incêndio rural, para receber este tipo de projeto (as candidaturas a apoiar devem estar localizadas nos territórios vulneráveis de Portugal continental, identificados nos anexos I e II da Portaria n.º 301/2020, de 24 de dezembro, que aprova a delimitação dos territórios vulneráveis).

«Este é um projeto que traz tudo de bom para a população, ou seja, a limpeza dos terrenos, mantendo tudo limpo à volta das casas, como meio de prevenção dos incêndios. Estes são daqueles projetos que não ficam só no papel, são visíveis aos olhos das pessoas», disse o presidente da junta de freguesia de Salir, Francisco André Rodrigues.

O presidente da Câmara Vítor Aleixo destacou a importância das iniciativas governamentais, nas quais se inscreve o Programa Fundo Ambiental, e que o Município aproveitou desde logo, na defesa do interior, «um território com problemas como o envelhecimento da população, queda da importância da atividade económica ou a desertificação da paisagem que potencia riscos dos incêndios rurais».

O autarca falou do envolvimento de entidades como o ICNF e a AMAL neste processo, bem como do trabalho dos técnicos municipais, mas as suas palavras, durante este momento inaugural do “Condomínio de Aldeia” no Malhão, foram sobretudo para os proprietários e habitantes destas paragens.

«Queremos que as pessoas que cá ficam não sejam remetidos à condição de guardiões do ambiente. Queremos também que estas políticas acrescentem valor à economia destas pessoas. Temos novas plantações de espécies com valor económico, temos a colheita do fruto, temos outras medidas políticas que estão a ser estudadas neste momento para atribuir valor aos serviços dos ecossistemas. Em Loulé, estamos a fazer um trabalho pioneiro que é atribuir valor aos serviços prestados pelas plantas, pelas árvores, pela paisagem, pela natureza pura», adiantou ainda Vítor Aleixo.

 

 



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