«Os gases renováveis, como o biogás, o biometano e o hidrogenio verde, apresentam várias oportunidades para a região do Algarve. Tanto em termos económicos quanto ambientais», afirmou esta quarta-feira, 22 de Maio, Sophie Matias, vereadora da Câmara de Faro.
A responsável pelos pelouros da energia e ambiente falava à margem da Conferência Comunidades de Futuro – “Oportunidades dos Gases Renováveis – Novos Negócios, Competências e Profissões”, que decorreu em Faro.
Frisando que há perto de uma década já é produzido biogás em aterros no Algarve, «uma região em que nos comprometemos com a sustentabilidade ambiental e energética», Sophie Matias afirma ter a certeza de que «numa região onde o turismo é tão relevante, do ponto de vista da criação e negócio e geração de empregos, temos no setor energética uma oportunidade de diversificação económica, de criação de novas profissões e de cooperação» entre a academia, autarquias e empresas, «na procura de soluções mais adequadas e eficientes do ponto de vista do fornecimento energético».
Foi, aliás, com o intuito de juntar todas estas entidades que se realizou em Faro esta conferência, depois de já ter passado por Aveiro, Leiria, Viseu e Évora.
«O objetivo [destas conferências] é discutir, em colaboração com as entidades locais, aquilo que são os desafios e as soluções no que respeita ao consumo de energia e à componente da descarbonização que pode ser obtida com os gases renováveis. E as soluções são diferentes de região para região, quer no consumo, quer no potencial de produção», explica ao Sul Informação Gabriel Sousa, diretor executivo da Floene, empresa que promoveu a conferência.
E porque é que o Algarve pode ser considerada uma “boa região” para explorar gases renováveis?
Gabriel Sousa explica que o que foi identificado é que «é uma zona com menos indústria, com um forte setor hoteleiro, com um forte setor também residencial, com uma componente importante de resíduos e os resíduos serão um contributo muito importante para a produção de biometano».
«Portanto, há aqui um efeito também de economia circular, que é a nossa sociedade, através dos resíduos que gera, poder transformar esses resíduos em energia, e esta é uma energia verde. O Algarve tem este potencial, quer do lado do consumo, quer do lado da produção de gases renováveis», continua.
Sophie Matias frisa ainda que estes novos métodos «garantirão a sustentabilidade ambiental através da redução das emissões dos gases por efeito de estufa e da substituição de combustíveis fósseis, diminuindo significativamente as emissões de CO2 e outros poluentes».

«Não nos podemos esquecer de que a produção de biogás a partir de resíduos agrícolas e urbanos que transformam lixo em energia é, obviamente, mais uma fonte de sustentabilidade e também trarão segurança energética, diminuindo a nossa dependência de importação de combustíveis fósseis e permitindo que as comunidades locais aumentem a sua resiliência neste campo», continua a vereadora.
Sophie Matias destacou, por fim, que estas formas energéticas serão também uma «mais-valia» para promover o Algarve como destino turístico sustentável e caminhar no sentido de pôr em ação o que está previsto na Agenda 2030, nomeadamente através dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.