O PCP no Alentejo defendeu hoje que a escolha de Alcochete como localização para o novo aeroporto da região de Lisboa «torna ainda mais evidente a necessidade» de incluir o Aeroporto de Beja na rede aeroportuária nacional.
Em comunicado divulgado hoje, a Direção Regional do Alentejo (DRA) do PCP considerou que a decisão anunciada pelo Governo da AD, «designadamente com o prazo que é apresentado», requer o aproveitamento do aeroporto já construído e em operação nas imediações da cidade de Beja.
A escolha do executivo de Luís Montenegro «torna ainda mais evidente a necessidade de o Aeroporto de Beja ser verdadeiramente incluído na rede aeroportuária nacional, nomeadamente para dar resposta imediata às necessidades de transporte de passageiros, com o aproveitamento de todas as suas potencialidades», pode ler-se.
Para a estrutura comunista, «só a subserviência aos já de si escandalosos lucros da concessionária Vinci poderão justificar milhões e milhões de despesa pública no alargamento de um Aeroporto que será desativado», ou seja, o Aeroporto Humberto Delgado.
Ao invés disso, deveria ser aproveitado, durante a fase de construção do novo Aeroporto de Lisboa, «infraestruturas aeroportuárias já existentes, como é o caso do Aeroporto de Beja», sublinhou.
O aeroporto alentejano «tem todas as condições para responder às necessidades do expectável acréscimo de tráfego aéreo nos próximos 10 anos, sem necessidade de se alargar o Aeroporto Humberto Delgado», defendeu a DRA.
E o Aeroporto de Beja pode também «afirmar-se como uma importante infraestrutura aeroportuária complementar» ao novo aeroporto, caso sejam «concretizados alguns investimentos em acessibilidades», acrescentou.
No comunicado, o PCP reclamou o avanço, «de uma vez por todas», com «a melhoria, qualificação e aumento de capacidade de receção de passageiros do Aeroporto de Beja», permitindo, assim, «poupar vários milhões de euros ao Estado» e garantir investimentos para o futuro que «não são destruídos com o encerramento do Aeroporto Humberto Delgado».
Outras das exigências dos comunistas passam por «um sério investimento na rodovia na região, corrigindo-se atrasos escandalosos», por exemplo, com a conclusão do IP8 na sua totalidade, entre Sines e Vila Verde de Ficalho e a adjudicação das obras para a conclusão do IP2 em todo o seu traçado no Alentejo, assim como adequar os acessos ao aeroporto.
A «modernização das vias ferroviárias na região» e o «aproveitamento das potencialidades do transporte ferroviário para o rápido e fiável» acesso ao aeroporto é outra das metas reclamadas pelo PCP, assim como a eletrificação da Linha Alentejo, entre Casa Branca e Beja e entre Beja e Funcheira, incluindo a construção de uma variante ao aeroporto, entre outras medidas.
O PCP expressou também o desejo de que «as medidas agora anunciadas» pelo Governo «venham de facto a ser concretizadas e que não se venham a revelar mais um anúncio sem consequências práticas».