Sempre quis construir um cordofone mas não sabe como? José António Cardoso ensina-lhe como

Manual de construção de violas campaniças vai ser apresentado em Beja

Se o seu sonho é construir um instrumento de cordas, mas não tem conhecimentos suficientes para isso, vai querer ter a coleção “Manual de Construção de Cordofones”, cujo primeiro de cinco volumes José António Cardoso, construtor deste tipo de instrumentos, vai apresentar no dia 23 de Abril, às 18h30, na Casa da Cultura de Beja.

Nascido em 6 de Fevereiro de 1961, em Ribeira de Pena, oriundo de famílias que sempre cultivaram o gosto pela música, o autor do livro habituou-se «a ver o pai a executar vários trabalhos artesanais em madeira», o que lhe despertou a «curiosidade de tentar fazer algo diferente também de cariz artesanal», segundo a Câmara de Beja.

Por ter sentido «grandes dificuldades em obter apontamentos que permitissem efetuar a construção deste tipo de instrumentos», quando começou a sua atividade, José António Cardoso decidiu escrever este manual, para que mesmo aqueles que não tenham grandes conhecimentos «possam seguir, passo a passo, as nossas indicações e desta forma construir o seu próprio instrumento, contribuindo para a sua divulgação».

«Este compêndio é o corolário lógico da sua atividade como construtor de cordofones ao longo dos últimos anos, de troca de ideias com músicos e outros construtores, com especial destaque para a viola campaniça, abordada no 1º volume desta obra», diz a Câmara de Beja.

Segundo a autarquia, este manual «não pretende ser uma obra erudita, mas tão só um bom auxiliar para construtores que porventura queiram comparar os seus métodos de construção. É na troca de ideias e de conceitos artesanais que se pode melhorar, cada vez mais, a qualidade sonora e de construção dos cordofones tradicionais portugueses».

 

 

A obra «dirige-se ainda a todos aqueles apaixonados por estes instrumentos, músicos ou não, que desejem construir a sua própria viola».

O primeiro volume, que será apresentado na próxima semana, apresenta «plantas à escala real, disponíveis em suporte de papel, bastando, para passar à prática, colar a folha de papel na própria peça de madeira e recortar».

Também são dadas «algumas dicas relativas a um bom local de trabalho, bem como a relação das ferramentas e dos materiais normalmente utilizados».

«Na parte fundamental deste manual, estão descritas, por ordem cronológica de construção, todas as componentes da viola campaniça de escala rasante. Neste capítulo, preocupamo-nos em pormenorizar, sendo que as várias ações a desenvolver não necessitam de alguém já experimentado no trabalhar da madeira».

Também a viola campaniça de escala sobreposta é contemplada neste capítulo, «em todas as suas componentes, incluindo aquelas que diferem da que tem a escala rasante e que estão plasmadas no 4º capítulo», descreve o município bejense.

O livro também dá conta de alguns fornecedores de madeiras, ferramentas e outros materiais necessários para construir um instrumento de cordas.

O 2º volume vai debruçar-se sobre a guitarra clássica, guitarra acústica e viola de fado, o 3º volume sobre a guitarra portuguesa de Coimbra e de Lisboa, o 4º volume focará o ukulélé e o cavaquinho e o 5º volume sobre o bandolim português.

 

 

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