“Os Memoráveis”, de Lídia Jorge, vão dar o mote para a sessão de arranque das comemorações do 25 de Abril em Loulé. Será na noite do dia 24, véspera da Revolução, a partir das 21h00, no Cineteatro Louletano.
A sessão – intitulada “A Noite Decisiva” – fará uma revisitação desse período revolucionário através da participação de António Laginha, arquiteto e bailarino, José Mendes Bota, antigo presidente da Câmara de Loulé, e Manuel Costa Guerreiro, médico psiquiatra, que no dia 25 de Abril de 1974, fizeram gravações às emissões do Rádio Clube Português.
Estes ilustres louletanos, à época estudantes universitários, em Lisboa, além dos seus comentários que revelam surpresa e adesão ao “movimento dos capitães” registaram declarações, praticamente desconhecidas, de Mário Soares no exílio em Paris, sobre os acontecimentos que estavam a ter lugar em Portugal. Para ouvir em “Dia Distante Aqui tão Perto”.
O programa seguirá com “Vidas Surpreendidas, Lá Fora”. A palavra será dada a militares que estavam em comissão de serviço nas antigas colónias quando foram surpreendidos pela revolução.
“O Romance como Memória” será o tema da conferência de Carlos Reis, professor catedrático da Universidade de Coimbra, onde dissertará sobre o significado e a importância da memória na obra de Lídia Jorge. No fim da conferência a autora, agraciada recentemente com o prémio Médicis Étranger pelo seu romance ”Misericórdia”, fará uma breve intervenção.
As companhias, sediadas no concelho, Ao Luar Teatro e Mákina de Cena, terão uma participação assinalável na sessão. Será da sua responsabilidade a primeira teatralização do romance de Lídia Jorge. “Dois dos Memoráveis” incidirá nas figuras transfiguradas de Otelo, “El Campeador”, e Vasco Lourenço, “Oficial de Bronze”.
Abrirá a sessão Carlos Albino, presidente da Comissão Concelhia das Comemorações para os 50 anos do 25 de Abril, e serão de Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, as palavras finais.
A encerrar a sessão o Quarteto Sul Arte, composto por músicos da Orquestra do Algarve, tocará a “Grândola Vila Morena”, canção escolhida para senha da Revolução. Foi para o ar no programa “Limite”, emitido na Rádio Renascença, passavam 19 segundos das 00h20 minutos, do dia 25.