Greve geral de dois dias na mina de Neves-Corvo chegou ao fim

A paralisação decorreu entre as 00h00 de terça-feira e as 08h00 de hoje

A greve na mina de Neves-Corvo, em Castro Verde (Beja), terminou às 8h00 desta quinta-feira, 28 de Março, com o sindicato a fazer um balanço positivo e a concessionária a adiantar que a adesão não ultrapassou os 9% nos dois dias.

A paralisação decorreu entre as 00h00 de terça-feira e as 08h00 de hoje e foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), para exigir, entre outras reivindicações, aumentos salariais e de subsídios na Somincor, concessionária da mina alentejana.

«O balanço é positivo para aqueles que estiveram presentes na greve, que mostraram união e estar decididos a levar a luta em frente para melhorias para os trabalhadores», disse hoje à agência Lusa Hugo Vazeira, dirigente do STIM.

Ainda assim, o sindicalista lamentou «os colegas que não aderiram e não se juntaram» à greve, «podendo causar um impacto ainda maior na empresa, para que as reivindicações dos trabalhadores fossem ouvidas».

Questionado sobre a adesão à greve nestes dois dias, Hugo Vazeira explicou que o STIM ainda não tem «uma estimativa», reconhecendo que «o primeiro dia [terça-feira] foi o de maior adesão à luta».

«O segundo dia [quarta-feira] acabou por ter menos adesão, porque foram apenas dois turnos [abrangidos] e o pessoal do horário geral já não fez greve uma segunda vez», disse.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Somincor adiantou que, segundo os registos de assiduidade, a adesão à greve no primeiro dia foi de 8,3% e no segundo de 6,2%.

A greve geral aos quatro turnos diários na mina de Neves-Corvo foi aprovada pelos trabalhadores, em plenário, no início deste mês de Março.

No pré-aviso de greve apresentado, o STIM exigia aumentos dos salários em 150 euros, aumento «das demais matérias de expressão pecuniária», nomeadamente os subsídios de fundo e de horário longo, e melhoria das carreiras profissionais e promoções automáticas.

A tomada de medidas que salvaguardem a vida, a saúde e a integridade física e psíquica dos trabalhadores foi outra das exigências apresentadas à empresa.

Após esta paralisação, o STIM vai «fazer uma análise do que se passou».

«Também marcaremos novos plenários para falar com os trabalhadores e sabermos qual é o próximo passo que estes querem dar, juntamente com o sindicato», acrescentou o dirigente Hugo Vazeira.

Propriedade da multinacional sueco-canadiana Lundin Mining, a Somincor é a concessionária da mina de Neves-Corvo, que produz, sobretudo, concentrados de cobre e de zinco, assim como prata e chumbo, e onde trabalham cerca de 2.000 pessoas.

No ano passado, foram produzidas em Neves-Corvo um total de 108.812 toneladas de zinco e 33.823 toneladas de cobre, segundo o relatório de produção de 2023 e perspetivas para o triénio 2024-2026 divulgado pela Lundin Mining.

Além de Neves-Corvo, a multinacional sediada em Toronto (Canadá) é ainda detentora das minas de Candelária e Caserones (ambas no Chile), Chapada (Brasil), Josemaria (Argentina), Eagle (Estados Unidos) e Zinkgruvan (Suécia).

 



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