Os enfermeiros algarvios podem partir para a greve caso a administração da Unidade Local de Saúde do Algarve, em «plenitude de funções desde Janeiro de 2024», continuar sem marcar a reunião solicitada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, algo que está a ser visto pelos sindicalistas como falta de vontade em resolver os problemas.
Numa nota de imprensa, o SEP diz já ter reiterado «o pedido de reunião com caráter urgente à administração» e que, paralelamente, irá «reunir com os enfermeiros nos serviços».
«Caso a reunião não seja agendada decidiremos formas de luta que poderão chegar à greve», avisa o sindicato.
Segundo o SEP, três meses depois os enfermeiros algarvios continuam «sem qualquer resposta aos pedidos de reunião». De caminho, os «problemas agravam-se e Administração continua a não demonstrar vontade de resolver. Só assim se entende o não agendamento de reunião reiteradamente solicitada».
Em causa está a «contabilização de pontos a enfermeiros especialistas e chefes promovidos até 2011 (existem orientações explicitas do Ministério da Saúde para resolver)», bem como a contestação à «retirada de direitos» e aos «horários desregulados – centenas de horas de trabalho extraordinário, ausência de intervalos entre turnos que permita o descanso físico e psicológico».
O SEP dá dois exemplos de decisões/posições da administração que os enfermeiros não aceitam, uma delas ligada ao estatuto de trabalhador estudante.
«Os enfermeiros só têm que fazer prova que são estudantes e têm direito às possibilidades que a lei oferece. A administração está a obrigar os enfermeiros a fazerem um requerimento que pode ser diferido ou não. Além disso pretende pedir de volta dias, já gozados para formação, que a lei confere», acusa o sindicato.
O outro exemplo prende-se com «a compensação pelo trabalho penoso nos serviços de psiquiatria e oncologia». «Os enfermeiros têm direito à redução de uma hora de trabalho semanal por cada 3 anos de trabalho nestes serviços, até ao mínimo de 30 horas semanais e mais 5 dias de férias por ano. Há já algum tempo que, fruto da negociação com o SEP, a administração aceitou que esta compensação fosse alargada aos enfermeiros que trabalham nos hospitais de dia de oncologia e a todo o departamento de psiquiatria. Sem qualquer negociação e/ou auscultação a atual administração decidiu quebrar o compromisso assumido com os enfermeiros», asseguram.