Agricultores de Moura e Barrancos apresentaram «medidas fundamentais» a candidatos a deputados

Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos desenvolveu um documento com diversas medidas para a valorização da agricultura neste território

A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos apresentou «um conjunto de medidas fundamentais para a valorização muito necessária do setor agroalimentar» que querem ver adotadas pelo próximo Governo, em reuniões que manteve com alguns dos candidatos a deputados do círculo eleitoral de Beja, nas suas instalações.

O documento contempla diferentes tipos de medidades, nomeadamente no âmbito da União Europeia, a nível nacional e regional e medidas regionais de agricultura,

No que toca à União Europeia, a cooperativa quer a «reformulação do PEPAC – Adaptado a cada região, a cada cultura e com o objetivo de manter a coesão territorial, nomeadamente, nos territórios de baixa densidade onde a atividade agrícola é essencial para a sustentabilidade económica, social e ambiental», a «fiscalização de entrada de produtos oriundos fora da União Europeia que cumpram com os critérios de controlo e certificação exigidos aos produtos europeus» e a revisão dos acordos europeus, nomeadamente com o MERCOSUL.

No que toco a medidas de âmbito nacional, os agricultores de Moura e Barrancos pedem «um ministério da agricultura forte, ministro(a) com peso político e conhecedor(a) da pasta, regresso das Florestas ao Ministério da Agricultura e reversão das competências transferidas para as CCDR, nomeadamente as direções».

Também são exigidas medidas regionais de Agricultura, nomeadamente o «regresso do “Bem Estar Animal” para o Ministério da Agricultura, um GPP ao serviço da agricultura, menos burocrático e mais realista e desburocratização da agricultura».

Um banco de Carbono que premeie os agricultores e a implementação de uma Rede Nacional da Água, que permita aproveitar a água que se perde dos rios para os oceanos» é outra das sugestões.

Preocupação também demonstrada no documento é com a «segurança no campo».

«Assistimos, na última campanha de azeitona, a agressões bárbaras a agricultores, para além de ameaças a muitos outros. É necessário acabar com o sentimento de impunidade que se vive na região de Moura», ilustram.

Há, dizem, um «aumento significativo dos roubos de azeitona, fraco policiamento, justiça que não funciona».

«Referimos ainda a existência de recetores de azeitona sem condições de segurança alimentar e a trabalhar exclusivamente com azeitona roubada (ASAE e Forças de Segurança conhecedoras dos postos de receção, mas não atuam)», acusam.

No que toca à Rede Natura 2000, é vista como «um entrave ao desenvolvimento da agricultura nos concelhos de Moura e Barrancos».

A cooperativa pede ainda «compensações sérias pela perda de competitividade agrícola nos territórios onde é imposto proibições à atividade agrícola», «pagamento justo e adequado ao serviço ambiental que estes territórios estão a prestar a Portugal mas também à União Europeia, canalização das verbas da Rede Natura que a União Europeia distribuiu a cada Estado Membro como compensação – e que ficam nos gabinetes do ICNF e das ONG que gravitam à volta do ICNF – para quem realmente cuida dos territórios, os agricultores» e «maior flexibilização da Rede Natura, nomeadamente, à possibilidade de regadio para apoio à atividade pecuária e agrícola».

No que toca ao regadio, os agricultores pedem a «construção, na totalidade, do Bloco de Rega de Moura até 2025, como anunciado» e a «construção na totalidade do Bloco de Rega Póvoa/Amareleja até 2027».

 

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