Chuva da passada semana atenuou a seca no Baixo Alentejo e no Algarve

A precipitação também permitiu aumentar volumes das barragens do Algarve

A chuva que caiu na semana passada, no Baixo Alentejo e no Algarve, permitiu atenuar a situação de seca, nestas duas regiões, onde houve «uma recuperação significativa com valores de percentagem de água no solo, em geral, superiores a 60%», revelou ontem o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Ainda assim, segundo se pode ler na mais recente atualização da seca do IPMA, que divulga a situação meteorológica de 20 de Janeiro, «pontualmente» ainda é possível encontrar alguns locais com percentagens de água no solo «entre 40% a 60%».

Depois de Dezembro ter sido o mais seco desde o ano 2000, em Portugal, o que levou a um agravamento da situação de seca, no Sul de Portugal Continental, a chuva que caiu na última semana, no período de 16 a 19 de Janeiro, permitiu que o acumulado para este mês, no Baixo Alentejo e no Algarve, se encontre «próximo da media mensal».

No que toca à seca meteorológica,  houve uma diminuição, «mas ainda insuficiente para terminar a situação».

A chuva que caiu recentemente também permitiu aumentar o nível das barragens alentejanas e algarvias, segundo o Boletim Semanal de Albufeiras do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos.

No Alentejo, o volume armazenado na Barragem do Alqueva, a maior do país, subiu consideravelmente, na passada semana – mais 9 pontos percentuais do que na semana anterior – e está a 80% por cento da sua capacidade.

Isto significa que havia, no início da semana, 3332 hectómetros cúbicos (hm3) nesta albufeira, em contraste com os 2925 que havia no final de Dezembro, um número impressionante – como termo de comparação, o consumo humano anual de água é de 80 hm3.

 

Alqueva, 8 de fevereiro 2022, dia em que assinalou 20 anos desde o encerramento das comportas

 

Bem diferente – para pior – é a situação vivida nas barragens de Santa Clara e do Monte da Rocha, apesar de, em ambos os casos, a situação ter evoluído positivamente.

No primeiro caso, a albufeira está a 32% da sua capacidade total (+1%), com um total de 155,9 – no final de Dezembro eram 149,5 hm3.

No Monte da Rocha, a albufeira está a 11% (+3%) e houve um aumento dos 8,2 para os 11,1 hm3.

No Algarve, o maior aumento aconteceu nas duas barragens do Sotavento Algarvio, Odeleite e Beliche, onde o volume cresceu 8% pontos percentuais em relação ao dia 15 de Janeiro, em ambos os casos.

Relativamente ao final do mês de Dezembro, o volume de Odeleite subiu dos 40,7 para os 49,8 hm3 (38%) e o de Beliche cresceu de 11,7 para 15,1 hm3 (32%).

Na Bacia Hidrográfica do Arade, também houve um aumento relevante do volume armazenado.

Em Odelouca, a maior barragem da região, o volume armazenado cresceu, desde o final de Dezembro até 22 de Janeiro, dos 38,7 para 44,3 hm3(28%).

Também há mais água armazenada na Barragem do Funcho – crescimento de 14,5 para 15,8 hm2, para os 33% -, mas no Arade a situação continua igual – 4,3 hm3 armazenados (15%).

Na Barragem da Bravura, que está numa situação crítica há muito tempo, o volume armazenado subiu 1 ponto percentual, para 9%, ou seja, dos 2,7 para os 3,2 hm3.

 

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