“A Música é a Minha Pátria”, um concerto protagonizado «por quatro intérpretes polacos de exceção», as marcas pombalinas em Porto Covo e a biodiversidade no mar, frente a esta localidade, vão encerrar a temporada de 2023 do Terras Sem Sombra, no sábado e no domingo, dias 16 e 17, em Sines.
O ponto alto deste «último, e excecional» fim de semana da 19ª edição do festival será «um concerto ímpar dedicado a importantes compositores polacos dos séculos XX e XXI», protagonizado por um quarteto composto por Jakub Jakowicz (Violino), Bartosz Koziak (Violoncelo), Grzegorz Mania (Piano) e Piotr Różański (Piano)
O espetáculo “A Música é a Minha Pátria: Lutosławski, Penderecki, Górecki, Mołodyńska-Wheeler” poderá ser visto no a partir das 21h30, no auditório do Centro de Artes de Sines.
Nele, poderão ser escutadas obras de compositores polacos contemporâneos, «menos escutados entre nós, mas amplamente consagrados pela crítica especializada e pelo público internacional».
Quanto aos intérpretes, «são formados pelas prestigiadas academias de Varsóvia e Cracóvia, os intérpretes têm sido distinguidos em várias competições de música pelo seu virtuosismo e contam com múltiplas intervenções em reputados festivais e palcos europeus, com orquestras ou a solo».
No mesmo o dia, mas durante a tarde, às 15h00, decorre em Porto Covo a habitual atividade de Património Cultural do Terras sem Sombra.
Com ponto de encontro na igreja local, “Porto Covo: Um Exemplo de Urbanismo das Luzes” dá o mote à visita orientada por Ricardo Pereira, do Museu de Sines.
Como afirma António Quaresma, “um dos casos conhecidos da repercussão do urbanismo pombalino fora de Lisboa é o da povoação de Porto Covo, situada no litoral alentejano, escassos quilómetros a sul da vila de Sines. O seu plano de urbanização, inspirado no da baixa lisboeta, teve, porém, concretização limitada”.
«Ainda assim, a influência do modelo pombalino na localidade é especialmente visível na Praça, com a sua planta quadrada, o esquema repetitivo das fachadas ou a colocação da igreja. Também a regularidade geométrica dos limites do conjunto urbano e da malha reticulada dos arruamentos paralelos e perpendiculares remetem para o urbanismo das Luzes», segundo os organizadores do Festival Terras sem Sombra.
Na manhã de domingo, dia 17, a edição deste ano do Terras Sem Sombra encerra «defronte ao Atlântico e à Ilha do Pessegueiro», em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, com a ação de salvaguarda da biodiversidade “Oceano Adentro: A Área Marinha Protegida de Porto Covo”.
Esta atividade, cujo ponto de encontro é o Forte do Pessegueiro, «convida os participantes a olhar o oceano e a compreender o valor inestimável da maior zona protegida de mar em Portugal continental».
A orientação da atividade está a cargo «de um grande conhecedor de biologia marinha», João Castro, professor da Universidade de Évora.
«Com 28.991,52 hectares de zona marinha, o Parque apresenta grande diversidade de habitats costeiros, incluindo praias, falésias, ilhotas e rochedos isolados. Aqui vivem cerca de 1900 espécies diferentes de organismos marinhos como peixes, algas, moluscos e crustáceos, incluindo 38 espécies com estatuto de conservação e 17 classificadas como endémicas», descrevem os organizadores do festival.
«A presença de fundos diversificados, a confluência de massas de água distintas e o afloramento de águas profundas, ricas em nutrientes, contribuem para a presença de elevados níveis de biodiversidade. Ao longo dos anos, a produção e organização de conhecimento tem sido vital para a gestão e mapeamento físico e biológico da área marinha protegida», acrescentam.
A 19ª edição do Terras sem Sombra foi dedicada ao tema “O que fica do que passa: Um breviário de resistência musical”.
O programa que acontecerá no concelho de Sines tem o apoio do município local, da Embaixada da Polónia e da Direção Regional de Cultura.
«O Festival Terras sem Sombra encerra, assim, a sua 19ª temporada com uma nota de esperança e de olhos postos no futuro, confiante de poder, em breve, dar notícias da próxima edição», concluem os organizadores do Terras sem Sombra.
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