Misericórdias do Baixo Alentejo reivindicam aumento das comparticipações do Estado

Numa conferencia de imprensa

As 16 misericórdias do Baixo Alentejo reivindicaram ontem, dia 24, um aumento das comparticipações do Estado para compensar a subida dos gastos de funcionamento das valências que gerem e as tornar “equilibradas e sustentáveis”.

“Apesar de a intenção do Estado em comparticipar em 50% as respostas sociais por utente, esses números tardam em acontecer”, lamentou Francisco Ganhão, presidente do secretariado regional de Beja da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).

O responsável falava à agência Lusa a propósito de uma conferência de imprensa realizada, na cidade alentejana, pela estrutura da UMP para dar conta das dificuldades porque passam as instituições.

Considerando que “é cada vez maior o fosso” entre as despesas e o valor da comparticipação, Francisco Ganhão apontou que “o caminho correto seria o Estado financiar as misericórdias de modo a serem instituições equilibradas e sustentáveis”.

“Se há um incremento dos gastos de funcionamento das valências das instituições, tem que haver por parte do Estado a procura de chegar a um equilíbrio”, sublinhou, dando como exemplo a subida da inflação e o aumento do salário mínimo, no início de 2024.

Segundo o presidente do secretariado de Beja da UMP, o Estado comparticipa as valências de estrutura residencial para pessoas idosas em cerca de 38%.

“A comparticipação do pré-escolar não era revista desde 2008, o valor era 173 euros e cinco cêntimos por criança, e foi revista, em 2023, para 178 euros e cinco cêntimos por criança, ou seja, um aumento de cinco euros no espaço de 15 anos”, exemplificou.

A situação, advertiu o responsável, faz com que as misericórdias tenham que “vender património para colmatar o diferencial entre o valor que é entregue pelo Estado e o valor que é necessário para que a instituição funcione”.

Ou, continuou, tenham que “recorrer ao endividamento da banca e, muitas vezes, adiar pagamento a fornecedores.

Citando um levantamento feito pelo secretariado regional de Beja da UMP, Francisco Ganhão indicou que as 16 misericórdias ativas no distrito têm “1.326 colaboradores diretos” e “3.365 utentes nas diversas valências, entre idosos, crianças e jovens”.

“É preciso que o Estado, e agora há novas negociações de acordos, tenha sensibilidade e olhe para os números que são apresentados pelas misericórdias e também pelas IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social]”,salientou.

Se isso não acontecer, estarão “1.326 postos de trabalho em risco” e será “a falência do sistema, que é isso que nós pretendemos evitar”, acrescentou.

 

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