Conferência em Beja debate como “Gerir o Sequeiro”

A conferencista Dulce Freire tem centrado a investigação em temáticas rurais e agrícolas

“Gerir o Sequeiro: propostas e iniciativas para cultivar o Alentejo (Séculos XIX-XXI)” é o tema da conferência marcada para 16 de Outubro, às 21h30, no Núcleo Museológico da Rua do Sembrano, em Beja.

Integrada no ciclo de conferências Terras e Paisagens no Sul e promovida pela Câmara de Beja e pela EDIA, a conferência terá como oradora a investigadora Dulce Freire.

Mais de 80 anos de construção de barragens e condutas de regadio está a reconverter para a agricultura intensiva extensas áreas do Alentejo, que pertenciam ao sequeiro característico do Mediterrâneo.

Estas profundas mudanças nas condições agroecológicas regionais inserem-se numa tendência mais ampla de expansão do regadio, que desde o século XIX está a transformar vastas zonas do mundo.

No caso do Alentejo, a conceção e a implementação de amplos sistemas de regadio têm estado em discussão nos últimos séculos, demonstrando como a defesa de mais irrigação se tem ajustado a diferentes modelos de modernização agrícola e desenvolvimento rural.

A comunicação está dividida em duas partes. Na primeira, apresentam-se as principais fases das políticas públicas promovidas pelo Estado para alargar as áreas de “hidráulica agrícola moderna”, inserindo a expansão do regadio no Alentejo no contexto nacional.

Na segunda parte, avalia-se em que medida as propostas de agrónomos e outros técnicos relacionadas com colonização, regadio e reforma agrária se têm articulado com as decisões do Estado.

Quando se tornam mais notórios os impactos da escassez de água no Sul da Península Ibérica, torna-se ainda mais importante avaliar em que medida os conhecimentos e as experiências do passado são pertinentes para continuar a gerir o sequeiro dominante nestas regiões.

A conferencista Dulce Freire tem centrado a investigação em temáticas rurais e agrícolas. É licenciada, mestrada e doutorada na área destas temáticas.

Coordenou (2012-2015) o projeto “Agricultura em Portugal: agricultura, alimentação e desenvolvimento (1870-2010)”, de que se destaca o primeiro levantamento sistemático da produção agrícola regional portuguesa desde 1850.

Os resultados dos projetos realizados estão expressos na publicação de mais de uma centena de artigos/capítulos e de seis livros.

Mas talvez a maior parte desses resultados esteja disseminada por conferências, reuniões, aulas, coordenações e orientações.

O desenvolvimento da investigação tem beneficiado de bolsas e apoios proporcionados por várias organizações.

Tem sido investigadora visitante em diversas universidades, bem como integrado os órgãos de gestão de várias organizações científicas. É atualmente Professora Auxiliar na Faculdade de Economia e investigadora do Centro de Estudos Interdisciplinares, ambos da Universidade de Coimbra.

Neste centro, é uma das coordenadoras do Grupo de Investigação “Changing Landscapes – Long term analysis LAB”, onde dirige a equipa do projeto ReSEED.

 

 



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