Bastonário pede “intervenção rápida” do Governo para captar médicos para Beja

Carlos Cortes destacou as “enormes dificuldades da ULSBA, nomeadamente em captação, fixação e em manutenção de profissionais de saúde – médicos essencialmente”

O bastonário da Ordem dos Médicos defende uma “intervenção rápida” do Governo, para ser possível captar mais clínicos para o hospital de Beja e para a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).

“Perante a situação grave que a ULSBA está a atravessar, se não houver uma intervenção rápida e consistente do Ministério da Saúde […] vamos ter aqui grandes dificuldades de resposta, não só na área de ambulatório e nas consultas de várias especialidades, mas sobretudo na área do serviço de urgência”, disse o bastonário.

Carlos Cortes falava no final da visita, realizada ao longo de ontem, à ULSBA, que tem sede em Beja e gere o hospital da cidade, e mais 13 centros de saúde em todo o distrito.

A iniciativa incluiu uma passagem pelo Hospital José Joaquim Fernandes, reuniões com o conselho de administração da ULSBA e com médicos, e visitas às unidades de Cuidados de Saúde Personalizados e de Saúde Familiar de Beja.

Apesar de, ao longo do dia, ter encontrado “colegas muito motivados”, Carlos Cortes destacou as “enormes dificuldades da ULSBA, nomeadamente em captação, fixação e em manutenção de profissionais de saúde – médicos essencialmente”.

“Os próximos tempos anunciam-se de grande dificuldade para esta unidade local de saúde”, acrescentou o bastonário, dando como exemplo o facto de “dois terços dos [65] médicos de família [da ULSBA] terem mais de 60 anos”.

“O que significa que, nos próximos anos, eles vão sair da unidade local de saúde e vamos estar perante uma situação de grande carência e grande dificuldade em termos de resposta nos cuidados de saúde primários”, disse.

Carlos Cortes mostrou-se igualmente apreensivo com o facto de, na área da cirurgia, seis médicos do hospital de Beja no ativo contarem “mais de 50 anos, com uma perspetiva também de curto prazo de reforma”.

“Juntando isto à dificuldade de recursos humanos na Anestesiologia, na Urologia ou na Otorrinolaringologia, vamos ter aqui uma grande dificuldade de resposta deste hospital a situações cirúrgicas, nomeadamente situações de urgência”, afiançou.

Perante esta realidade, Carlos Cortes defendeu que o ministro da Saúde Manuel Pizarro deve deixar de “se concentrar exclusivamente nos anúncios espetaculares que tem feito nos últimos tempos” e concentrar-se “efetivamente na resolução de problemas concretos”.

“Nomeadamente numa discriminação positiva para o hospital de Beja e para a USLBA”, reforçou, lembrando “que um dos maiores valores do Serviço Nacional de Saúde são os seus profissionais e seus médicos”.

Por isso, disse, “o Ministério da Saúde tem de fazer um maior esforço para captar mais médicos para a ULSBA”.

O bastonário da Ordem dos Médicos anunciou ainda que os problemas registados na ULSBA serão reportados por si durante a reunião, agendada para esta semana, que vai ter com o ministro Manuel Pizarro.

 

 

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