PCP esteve à conversa sobre a seca no Alentejo

Segundo os comunistas, as intervenções «incorporaram muitos dos contributos apresentados e identificaram os conteúdos desse contributos com as posições do PCP»

O PCP organizou, na passada terça-feira, 18 de Julho, uma conversa sobre a seca no Alentejo, na cafetaria do Teatro Pax Julia, em Beja.

A iniciativa, além de cientistas e especialistas, contou com a intervenção de João Dias, deputado do PCP na Assembleia da República.

Segundo os comunistas, a conversa «permitiu reunir um importante acervo de contribuições que, partindo do diagnóstico da atual situação, contribuíram para a convergência de pontos de vista, em relação às medidas que se devem tomar, quer de imediato, quer as medidas de fundo que continuam a faltar, dependentes que estão de opções políticas».

O PCP realça, para lá da presença e intervenção de responsáveis das Direções Regionais do Alentejo e Algarve do PCP, os contributos de Rui Salgado, professor na Universidade de Évora, sobre o clima e as alterações climáticas, de Isaurindo Oliveira, consultor, sobre agricultura e regadio, do professor Ricardo Serralheiro, sobre o tipo de agricultura, modos e culturas para a preservação da água; de José Figueira, membro da Associação Água Pública, sobre usos e gestão da água, de Maria José Roxo, geógrafa e investigadora, sobre a desertificação no baixo Alentejo, e de Afonso do Ó, investigador e consultor, sobre desenvolvimento, agricultura e água.

Depois de um debate em que foram levantadas várias questões relativas à utilização da água, à predominância de capital intensivo na ocupação do solo no Alentejo, aos planos de eficiência hídrica do Alentejo e do Algarve, a iniciativa fechou com as intervenções de José Pós de Mina, membro da Direcção Regional do Alentejo e do Comité Central do PCP e de João Frazão, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, responsável pela área da agricultura.

Segundo os comunistas, as intervenções «incorporaram muitos dos contributos apresentados e identificaram os conteúdos desse contributos com as posições do PCP».

Alguns dos exemplos são a «necessidade de planeamento e de um Plano Nacional para a Prevenção Estrutural dos Efeitos da Seca e seu acompanhamento, apresentado pelo PCP já em 2018, numa iniciativa em Évora», as críticas «ao Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo, que carece de uma verdadeira visão de planeamento e que foi anunciado com anos de atraso e sem ter garantido o seu financiamento» e a «análise sobre as consequências da predominância de monoculturas intensivas no Alentejo e a necessidade de uma outra politica de uso e posse da terra».

A isto junta-se a «necessidade de medidas imediatas de apoios aos setores agrícola e pecuário como constante no projeto de Resolução do PCP apresentado em Maio passado na Assembleia da República, e que foi rejeitado no dia passado dia 16 de Junho com o voto contra do PS e abstenção do PSD, IL, e PAN».

«A iniciativa do PCP terá agora seguimento com a divulgação faseada de todas as contribuições e com a continuação de uma intervenção dedicada, responsável e baseada em ideias concretas. Tal objetivo contrasta com as manobras de propaganda emanadas do Governo e suas extensões regionais, que na prática são vazias de conteúdos, reais soluções e financiamento – como foi o caso do anúncio do Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo e é agora o caso da chamada “Estratégia Regional de Adaptação às Alterações Climáticas do Alentejo”», acrescenta.

 



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