A Câmara Municipal de Mértola está a investir num projeto estratégico para a recuperação da lebre-ibérica e do coelho-bravo no concelho, não só para garantir o futuro do seu setor da caça, como a sobrevivência do lince-ibérico.
A autarquia recorda que, «nos últimos anos, as doenças afetaram drasticamente as populações de coelho-bravo e da lebre-ibérica por todo o país e, consequentemente, numa área significativa do concelho de Mértola».
Mas este município «tem uma marca importante a defender: Capital Nacional da Caça». Ora, sublinha a autarquia, «para que possamos continuar a assumir e agregar a Mértola esta marca, temos que lhe dar sustentabilidade».
Nessa perspetiva, a autarquia anuncia ter definidas «algumas estratégias para o setor da caça, no sentido de encontrar soluções para alguns dos problemas graves que atravessa».
A Câmara Municipal recorda igualmente que «estes leporídeos, nomeadamente o coelho-bravo, têm uma importância extrema na dieta alimentar do lince-ibérico e da águia-imperial».
Mas é também «uma das espécies cinegéticas mais procuradas pelos caçadores de todo o país».
Por tudo isto, o coelho-bravo e a lebre-ibérica «assumem um papel importantíssimo para a conservação e preservação desta nossa biodiversidade fantástica, que temos o privilégio de ter no concelho de Mértola», acrescenta a autarquia alentejana.
Para garantir tudo isso, a Câmara de Mértola estabeleceu já «uma parceria estratégica com uma empresa especializada em criação de coelho-bravo e lebre-ibérica».
O projeto PRLIC (Projeto de Recuperação de Coelho-bravo e Lebre-ibérica), de forma resumida, assenta em quatro fases, sendo que a primeira passa pela criação de condições físicas em quatro parques que se situam na Zona de Caça Municipal.
A segunda fase tem a ver com a colocação dos animais (coelho-bravo e lebre-ibérica) dentro dos parques, seguindo-se o repovoamento da Zona de Caça Municipal com os animais criados nesses parques.
Por último, este mesmo modelo será replicado «nas outras zonas e caça do concelho de Mértola que sintam a necessidade de aumentar os seus efetivos de coelho-bravo e lebre-ibérica».
Depois de terminado este projeto, a autarquia pretende iniciar um novo projeto similar, mas desta vez com o foco na perdiz-vermelha.
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